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Era exatamente quase duas horas da madrugada. Eu estava voltando para casa, levemente bêbada, com os cabelos desgrenhados e descalça. Estava voltando apé pois meus amigos ainda estavam no restaurante do Sr. e Sra. Carrera. A festa pós campeonato foi maravilhosa!! Me diverti horrores, acho que até demais por estar voltando nessas condições para casa.

Estava tão aérea, tão... Leve, que apenas fui perceber o carro de Rafe me seguindo um tempo depois. E gelei quando ouvi sua voz chamar meu nome, ele continuou chamando meu nome com o carro praticamente encostado na calçada e andando na velocidade lenta em que eu caminhava. Mas resolvi ignora-lo.

── DIANA!!! ── chamou novamente e continuei calada olhando para o chão.

Rafe parou o carro, vi isso pela visão periférica. Continuei andando mas ouvindo seus passos pesados e brutos atrás de mim. De repente minha visão ficou meio turva e me senti tonta, me virei para trás quase caindo mas sentindo suas mãos grandes rodarem minha cintura e me firmando no chão, consegui me recuperar relativamente rápido e olhei em seus olhos azuis.

── Oque pensa que está fazendo? Me deixe em paz!!! ── exclamei me virando de novo, mas Cameron segurou rápido e forte no meu braço para que eu pudesse olhar pro mesmo.

── Entra no carro Diana, sua situação está de dar pena. ── ele disse firme, com aquela rouquidão excitante na voz, revirei os olhos por fim.

── Não estou tão bêbada, posso muito bem ir para casa sozinha.

── Porque caralhos está agindo como uma criança? Você já tem dezenove anos, pare de birra!!!

── Eu quero você longe de mim, ouviu? ── cerrei os dentes com força.

── Foi pelo oque aconteceu hoje mais cedo? ── ele sorriu, me deixando talvez um pouco nervosa.

── Bom já que tocou no assunto, sim! Você não tinha o direito de me usar para fazer um ciúme idiota naquela pobre coitada Rafe.

Cameron cruzou os braços na altura do peitoral, e respirou fundo por longos segundos.

── Bem... Você até que parecia estar gostando, Collins. ── se curvou a minha altura e no impulso dei um tapa estalado em seu rosto.

Rafe virou o rosto pro lado me impossibilitando de ver sua feição, mas logo ele se vira me deixando ver seu semblante fechado e aparentemente irritado. Ele grudou no meu braço e me puxou contra seu corpo. Gemi de dor pela força que ele coloca em mim. Quando simplesmente ele tira as mão do meu braço e a coloca em minha nuca apertando com força meu cabelo e puxando para mais perto do seu rosto.

── Você não tem mesmo amor a vida né... Entra na porra do carro agora antes que eu aperte e morda cada pedaço desse seu corpinho. ── sussurrou as palavras no meu ouvido. Me irritei comigo mesma por cada pelo do meu corpo ter se arrepiado.

Eu fuzilei ele com os olhos e devagar ele foi me soltando, não tirei os olhos dele até me virar e entrar no carro. Logo depois ele também adentra o carro e da partida indo para casa.

Fomos o caminho todo em silêncio, ainda estava me sentindo usada de certa forma. Eu estava puro ódio e minha vontade era de matar Rafe. Oque não iria funcionar, claro. Ele é muito mais forte que eu.

── Porque tem que ser tão difícil e teimosa? ── Rafe perguntou no exato momento em que parou o carro na garagem.

── E você porque tem que ser tão babaca e manipulador? Eu fui USADA Rafe!! Mas você nem deve saber como é se sentir assim né? Afinal você nem liga. ── rebati sem papas na língua.

Ele parou quieto por alguns segundos, pareceu refletir em algo.

── É. Eu sei como é se sentir assim. ── me respondeu frio. Abriu a porta e saiu do carro.

PASSIVE AND POSSESIVE. 𝗥𝗮𝗳𝗲 𝗖𝗮𝗺𝗲𝗿𝗼𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora