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𝑫𝑰𝑨𝑵𝑨

── Nossa Rafe você é péssimo!! ── pronunciei rindo ganhando mais uma de suas peças no xadrez.

Estávamos jogando um pouco de xadrez, entediados... Depois da noite de ontem estive com medo, não sei o motivo exato mas ainda sim com medo, não posso negar que foi muito bom e por incrível que pareça eu não me arrependo. Tenho a pequena impressão de que esse meu medo não era exatamente do Rafe e sim, do futuro Rafe que eu iria ter que conviver.

── Como você consegue ser tão boa nisso? ── disse com espanto.

Uma memória vaga vem a minha cabeça de quando meu pai e eu passávamos horas jogando xadrez, ele me ensinava os melhores macetes e deve ser por isso que não perco uma.

── Meu pai me ensinou.

A expressão de Rafe mudou completamente, ele pôs um pequeno sorriso no rosto e cobriu sua mão grande sobre a minha.

── Sei que não gosta de falar sobre ele, mas já está na hora de o dar notícias não acha? ── falou de modo compreensível, talvez até demais, eu nunca tinha lhe dado oportunidade de falar sobre meu pai como ele sabe?

Mas de repente me deu um estalo, como se fosse eu choque de realidade e me dei conta do quão irresponsável eu sou!! Eu simplesmente parei de ligar pro meu pai como se fosse nada, voltei a morar com a minha mãe com o intuito de casar e engravidar de um psicopata maluco, com a minha mãe mal no hospital por conta dessa doença horrível e eu nem sequer tive coragem de contar pro meu pai, sendo que a pessoa que mais me encorajou e me ajudou nas crises de pânico foi ele!!! O medo é como fé ao contrário, não deixe ele te dominar Diana.

Corri até o quarto, bagunçando a minha mala a procura do meu celular, assim que achei eu disquei o número do meu pai tentando criar expectativa, será que ele vai me atender?

Rafe apareceu na porta do quarto com muito orgulho em sua linguagem corporal. Parecia orgulhoso de mim.

── 𝘈𝘭𝘰̂? 𝘘𝘶𝘦𝘮 𝘦́? ── a voz do meu pai ecoou no celular. Quis muito chorar, porém me segurei.

── Pai, sou eu, Diana. ── digo comovida não segurando as lágrimas.

── 𝘔𝘢 𝘤𝘩𝘦𝘳𝘪𝘦́? ── meu docinho, era como costumava me chamar porém em francês.

── Sim é a sua cherié. ── era nítido a minha felicidade.

── 𝘔𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘧𝘪𝘭𝘩𝘢 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘦𝘴𝘵𝘢́? 𝘎𝘰𝘴𝘵𝘢𝘳𝘪𝘢 𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘭𝘵𝘢𝘳 𝘢 𝘍𝘳𝘢𝘯𝘤̧𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘭𝘩𝘦 𝘷𝘪𝘴𝘪𝘵𝘢𝘳!

── Pai sobre isso... Acho que temos muito oque conversar. ── dei as costas a Rafe entrando dentro do closet.

𝑹𝑨𝑭𝑬

Sabia que Diana provavelmente falara de mim para seu pai, e ainda sim estava nervoso pra cacete. Parecia um homem bom de acordo com o pouco que eu via a seu respeito, totalmente o oposto de mim que de bom, não tenho nada, talvez só um pouquinho.

Diana saiu do closet depois de longos minutos com o rosto neutro, não sabia identificar oque se passava e estava começando a ficar estressado.

── Oque aconteceu? Oque ele disse? ── falei imediatamente.

── Bem... ── a loira se sentou na cama bem ao meu lado. ── Ele disse que quer muito de conhecer, eu falei com ele sobre Rose estar com câncer mas não falei sobre o casamento ser arranjado, e mesmo se tivesse falado acho que meu pai iria tentar me compreender, ele é totalmente ao contrário de mamãe que nunca entende meu lado. ── diz com calmaria.

PASSIVE AND POSSESIVE. 𝗥𝗮𝗳𝗲 𝗖𝗮𝗺𝗲𝗿𝗼𝗻Onde histórias criam vida. Descubra agora