Capítulo 7

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                             Newt
 
 
  Chego á cabana e aqui estão Minho, Thomas, Alby e Chuck, com a expressão preocupada.
 
  Mantenho meu rosto sério.  A sensação some imediatamente e respiro fundo, soltando o ar.
 
  Fico em frente ao Verdugo e seus olhos pequenos, pretos e sem vida estão começando a feder a lixo.
 
  — Então, algo novo?
 
  Alby apoia a mão na mesa enquanto eu me afasto, indo até a ponta do objeto, onde está o mini Labirinto.
  
  Minho se aproxima,  movendo sua mão suja de gosma, em concha, me mostrando algo piscando freneticamente em verde.
 
  Franzo a testa, mas logo depois percebo o que é. Mas mesmo assim olho para ele novamente, temendo que isso seja mais um sinal de que tem algo muito pior por vir.
 
  — O que é isso?
 
  Então o barulho abafado de tecido sendo empurrado enche o ambiente e Chuck entra, ofegante.

   — O que aconteceu?
 
  Minho recolhe a mão, mas a luz sai por entre seus dedos.
 
  Ninguém responde e olho para Alby, Minho e Thomas, que levanta as sobrancelhas rapidamente e  abre a boca, se desencostando da viga, olha para Chuck.
 
  — Onde está a garota? – Ele respira fundo.
 
  — Estava me seguindo.
  
  Uns 30 segundos se passaram e ninguém fala nada.
 
  Alby se alarma e parece pronto para sair, mas Gally surge, entrando com Eva nos braços. Parece estar morta.
 
  Ponho a mão na mesa e abaixo a cabeça, fechando os olhos, tentando evitar que meu coração se aperte e ao mesmo tempo tentando evitar que um sorriso escape. Mas é impossível.

  Os cantos dos meus lábios se curvam ligeiramente para cima e eu logo me repreendo por isso.
 
  Os meninos passam por mim, preocupados, mas continuo.
 
  — Newt!
 
  Comprimo minha boca. Agora não,  Alby!
 
  Alguns segundos depois, viro-me para trás, ainda com o nó. Dirijo-me rapidamente até ela. Coloco a palma da mão próxima à suas narinas e sinto sua respiração normalmente.
 
  — Está respirando.
 
  — Mesmo? Bizarro. – Diz Gally, com sua voz soando falha e rouca.
 
  Olho para ele, confuso.
 
  O garoto joga algo na mesa, violentamente e cruza os braços, olhando para cada um de nós.
 
  Thomas é o primeiro a ver, que comprime os lábios e se afasta com as mãos na cintura. Minho, Alby e Chuck se aproximam da mesa e têm a mesma reação de nojo  e surpresa.
 
  Engulo em seco e sinto-me arrepiar de novo. Mesmo assim levanto-me lentamente. As expressões deles me deixam mais afoito do que a coisa em si.
 
  A princípio não entendo o que é porque está coberto de uma gosma esverdeada. Igual a dos Verdugos. Mas então, a coisa pulsa e entendo exatamente o que é.
 
  Levo as mãos à boca ao sentir o vômito subir na minha garganta rapidamente. Biro-me para lado e coloco para fora.
 
  Isto é o seu coração. O seu maldito coração.

  Alby aproxima-se de mim, pondo a mão nas minhas costas e quando termino ele me pede acalmar-me.
 
  — Me acalmar? – minha voz se eleva, mas falha — Isso definitivamente não é algo normal! – O olho nos olhos, esperando que ele fale algo.
 
  — Sim, eu sei. Estamos todos querendo saber o que está acontecendo, Newt...
 
  — Você quer saber? Você quer mesmo saber o que está acontecendo? Essa garota é a mértila de um daqueles bichos dentro do Labirinto!
 
  Ele ergue as sobrancelhas.
 
  — Não podemos tomar decisões precipitadas.
 
  — Precipitadas? Você não percebeu que a pele dela é fria? Ou que ela esconde algo sobre seus dentes? – Faço uma pausa, em que ele parece refletir. — Ou que seus olhos são verdes iguais ao rastreador que Minho achou dentro do maldito Verdugo?

  Minha respiração está mais acelerada do que nunca esteve antes e estou cerrando os punhos.
 
  Ouço um ruído de tecido raspando no chão.
 
  — Parabéns, Newt. — Olho para a origem do som e Eva está parada com seus olhos verdes brilhando, exatamente como o objeto nas mãos de Minho, abrindo finalmente seu sorriso pontiagudo.
 
  Estou certo. E agora vou matá-la. É o que minha parte irracional diz. Mas não vou fazer isso.

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