Capítulo 8

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Eva


Sinto um empurrão me colocar contra de frente contra a parede brutalmente, mas não sinto dor.

Sabia que isso iria acontecer, mas aceitei assim mesmo. Eu me arrependo! Eu me arrependo!

Uma voz na minha cabeça diz que é tarde demais.

- Quer do jeito fácil ou do jeito difícil? - Gally diz com sua voz um pouco trêmula, mas firme ao mesmo tempo.

Idiota.

Pelo canto do olho, vejo o loirinho de braços cruzados e seus olhos brilhando com mais ódio do que da última vez. Seu medo sumiu completamente. Não avisto Chuck, mas os outros estão parados, em choque.

- Newt! - Ele olha para Gally - Faça isso por mim.

Ah. O que diabos esse fracote pode fazer?

Ele se aproxima e sinto algo frio e fino no meu pescoço.

Começo a me sentir tonta e fecho os olhos. Volto a mim mesma e ofego incessantemente.

Newt põe a mão por baixo da minha blusa. Arregalo os olhos. O rastreador. Ele a levanta.

Volto a não sentir nada, provavelmente meus olhos estão verdes. Os outros dão um passo para trás.

- Estava tentando falar que tinha alguma coisa errada com ela. Mas achei que estava ficando paranoico porque ninguém mencionava as coisas estranhas que eu via.

Posso sentir seu hálito quente perto do meu ouvido enquanto ele tira sua mão das minhas costas.

- Diga o que veio fazer aqui. - sua voz está surpreendente calma.

Não respondo nada e ele aperta a faca em meu pescoço.

- Isso não vai funcionar em mim. Não estou mais no meu corpo de carne e osso.

Ele prende o ar. A faca treme um pouco, então Newt joga o objeto no chão, que faz um tilintar ensurdecedor. Ele se afasta de mim rapidamente, como se eu fosse mordê-lo a qualquer momento. Talvez eu faça isso.

Viro-me para todos eles, que têm um leve susto. Eu sorrio, com meus dentes pontiagudos.

- Já que querem tanto assim saber...- faço uma pausa - estou aqui para achar a cura.

Eles franzem o cenho, exceto o loiro, que está há uma boa distância, com a mão tapando a boca, olhando para o chão.


- Cura para o quê? - pergunta o garoto da voz ruidosa, mas firme.

- Para o vírus que está se espalhando cada vez mais pelo mundo. Ele ataca o cérebro. É o que acontece quando alguém aqui é picado. Vocês estão sendo testados. Mas tem apenas uma pessoa aqui que é imune. E estou atrás dela.
Eles absorvem as palavras e Minho finalmente fala.

- Se quiser levar algum de nós vai ter que nos matar primeiro.
Passo a língua nos dentes com a ameaça.

- Ah, isso não será um problema.
Ouço um gorfo. Eles olham na direção de Newt, que põe a comida pra fora de seu corpo.

- Newt! - Thomas se alarma e vai até ele, enquanto os outros o encaram preocupados.

- Eu tô bem, Thomas.

Diz, passando as costas da mão na boca.

- Não fique aí encarando o Newt, Fedelha, ou seja lá o que você é. Continue.

- Existe um laboratório chamado CRUEL e foram os cientistas que colocaram vocês aqui.

- Está com eles, não está?
A voz falha, mas cheia de ódio do loiro chama minha atenção.

Apenas dou um sorrisinho sem mostrar os dentes.

- Não sou mais humana. Quando vim para cá, eu ainda tinha meus sentimentos patéticos, mas agora, estou totalmente sem eles.

Ah, não. Ainda estou aqui. Ainda estou consciente.

- Então o que você é agora?

Neste exato momento, sinto pontadas frequentes no meu rastreador, enquanto o na mão de Minho pisca na mesma velocidade. Um barulho alto é ouvido. Eles ficam em alerta. Aproveito para escapar: Fricciono meus pés no solo, me agachando um pouquinho, então corro na maior velocidade que posso até a porta do Labirinto.

Preciso me livrar desse acordo com o CRUEL. Mas ainda não achei esse maldito Imune! Não posso mais fazer nada...Esse é o meu fim.

À alguns metros de mim e o Labirinto, Chuck é agarrado por um Verdugo, que olha para mim e aceno com a cabeça positivamente. Então a voz na minha cabeça se alegra ao ouvir os sons dos gritos do garoto mais altos ainda quando a criatura entra pela porta da esquerda e Minho, Thomas e Alby gritam por ele.

Minha parte humana chora de desespero. Não quero isso.

Não vejo Newt em nenhum lugar, então vejo a porta á minha frente quase se fechar, então entro apressadamente, mas algo me empurra para dentro violentamente. Arregalo os olhos, mas continuo correndo para dentro, até as portas se fecharem de novo.

Antes que possa respirar, sinto um corpo me prender fortemente contra a parede no silêncio quase absoluto, exceto pela respiração pesada de Newt, com seus olhos castanhos brilhando de ódio.

O que fez com o Chuck?

- Não fiz nada.

- Não tente me enganar! - Ele põe sua faca na minha pele, quase no meu rastreador, enquanto eu arregalo os olhos - Se você não responder, vou arrancá-lo.
- Não faça isso.
- Diga onde ele está!

Ele pressiona a faca e grito. Ouço o chiado dos Verdugos e um barulho metálico se arrastando se aproxima. A expressão do garoto muda, agora ficando em alerta.
- Eu não sei!

Ele ameaça afundar a faca na minha pele quando vejo a presença de olhos verdes brilhando atrás dele. O chiado muito perto. Ele paralisa e eu arregalo os olhos, que brilham da mesma cor dos da criatura.

Como eu não percebi antes...

O Verdugo ergue sua Agulha e gincha e Newt olhapara trás e grita, tirando o objeto afiado de trás de mim. Não posso deixar que isso aconteça.

- Pare!

O monstro metálico para imediatamente e se recolhe, parecendo um tatu de 9 pernas.

Eu ofego e o loiro também.

- Nunca pensei que veria um Verdugo se recolher assim. - Ele se acalma mais um pouco, enquanto meus olhos param de brilhar e sinto-me voltar para o meu corpo novamente. Ele arregala os olhos por um segundo. - Você é uma espécie de...rainha?

- Eu sou a Rainha dos Verdugos e você é a cura para o maldito Vírus Fulgor.

Ele franze a testa e abre a um pouco a boca.

- Como vou confiar em você?

- Você não tem escolha. Estamos presos em um Labirinto e eu sei a saída.

Newt range os dentes e põe as mãos na cintura.

- Vou ter que me acostumar com isso.

Meus olhos brilham de felicidade por poder voltar á ser eu mesma. Mas ainda não acabou.

Olho para Vy, o Verdugo que está embolado no chão.

- Vy, você vai nos proteger enquanto vamos até a saída. E Chuck está no CRUEL.

Ele sai de sua posição rapidamente e se curva, fazendo uma reverência diante de mim.

- Que ótimo.

O garoto coça o queixo.

- Ele tem um nome?
- Tem. Todos têm.

Ele morde a língua, enquanto olha para o Vy, que está olhando para Newt também.

Newt ergue sua faca, a apontando para mim.

- Lembre-se de que ainda posso usar isso em você.

Aceno positivamente com a cabeça.

- Prometo que não vai precisar.

Ainda há muitas coisas que você não sabe sobre mim, Newt.

The Maze Runner - A Rainha Onde histórias criam vida. Descubra agora