Com Amor, Park Jimin

próximos do fim.

Recentemente, pensei em algo com muita frequência. Dizem que só quando estamos no fim é que começamos a pensar no início, e isso nunca fez tanto sentido como agora. Quatro dias antes da sua perda, e ninguém imaginava que restavam esses dias para acontecer isso, deveria ser só mais quatro dias normais.

29 de novembro de 2019, o dia estava ensolarado, esplêndido, e você estava no hospital com sua avó, porque ela acabou caindo e se machucando no banho. Fiquei preocupado com vocês dois, ela rejeitava a se alimentar e você não estava dormindo bem, me doía. Estávamos sempre nos comunicando por mensagens e ligações, e não adiantava de nada, porque eu precisava ver você ao vivo e em cores.

- Coração, não precisa ficar assim, halmeoni está melhorando, em breve estarei aí e te encherei de beijinhos, certo? - você dizia carinhoso como sempre.

- Entendo, Jungkookie, diz para ela que desejo melhoras e que a amo. Estou com saudades.

- Eu te amo, Jiji. Tenho que desligar agora, daqui a pouco as enfermeiras vêm dar o medicamento. Até breve, meu anjo.

Ficamos nos encarando por alguns minutos, a distância era gritante e só poder admirá-lo pela tela fria do celular me causava mais saudade. Consigo notar algumas manchas escuras se formando em baixo dos seus olhos, provavelmente pelas noites mal dormidas.

- Eu te amo, Jungkookie. - e desligamos.

Desligamos ao mesmo tempo porque eu não gostava de desligar primeiro e nem ele, então concordamos em sempre desligarmos juntos. Eu sei, é meio bobo, mas é uma coisa nossa.

No dia seguinte, sua avó recebeu alta do hospital, fiquei contente por ela e mais ainda por você, porque assim poderia cuidar de ti, você estava exausto e quase não o reconheci. Meus pais estavam em Seul pois tinham que resolver algumas pendências do trabalho, então, aproveitei para te chamar e passarmos o dia juntos.

Esplêndido. Na verdade, você estava bem mais do que isto, não há palavras no dicionário que possam descrevê-lo como merecido. Uma flanela verde escura, calça jeans e chinelo slide, era como estava vestido. Me senti envergonhado ao lembrar de como eu estava: pijama com minis cerejas e pantufas.

- Você está tão lindo, coração - foi o que disse, suspirando. Você me abraçou e aconchegou o rosto no meu ombro, já os seus? Estavam rígidos, e pude perceber o quanto estava exausto.

- O que houve com sua visão? As noites mal dormidas te deixaram sequelas? - sinto sua risada abafada - Não tem graça, Jungkook!

- Lindo de qualquer forma, meu amor, de qualquer forma.

O silêncio se fez presente alguns instantes e chego até pensar que dormiu ali mesmo, mas então, você diz:

- Estou cansado e com saudades, mas precisamos conversar sobre algo.

Não precisava me dizer o que era, porque eu já sabia muito bem. Alguns meses atrás, você fez inscrição em uma das Ivy League, então depois disso, ficamos aguardando. Talvez tenha chegado o tão esperado momento.

Não havia o convidado para entrar e nem nada do tipo, apenas entramos, não temos essas formalidades, você já era de casa, mesmo que meus pais não estejam cientes disso. Assim que entramos, nos sentamos no sofá da sala e espero que diga algo.

- Fui aceito em Yale.

Você sempre foi direto, e neste momento isso não ficou em falta, mas poderia. É claro que fiquei feliz com a notícia, mas ainda sim meu coração se apertou. Continuei quieto, esperando que prossiga.

- Preciso estar lá daqui há três dias, as vagas são muito disputadas, você sabe.

- Isso é incrível, Jungkook, como está se sentindo? - evitei olhar nos seus olhos, não queria que você olhasse para as lágrimas que estavam prestes a cair. Não podia deixar isso acontecer, não queria ser egoísta, eu deveria estar sorrindo naquele momento.

- Você sabe, estou contente que consegui atingir os padrões deles, mas triste porque não quero ficar longe de ti. - segurou minhas mãos com ternura.

- Vou ficar bem, você está realizando o seu sonho, e nada mais me deixa tão feliz quanto isso.

Quando finalmente o encarei, as lágrimas já haviam caído e você pressionou seus lábios nos meus, sem se importar com as lágrimas que caíam, o sabor salgado que elas causariam. Minha boca se entreabriu de forma convidativa, mas você pareceu mais interessado em um único lugar, meu lábio inferior, você os chupou sem pudor algum. Quando terminou, solta o meu lábio inferior, logo tomei sua boca rapidamente, e deslizei minha língua entre seus lábios, adentrando sua boca. Poderia ter sido algum tipo de apoderação ou invasão, mas você implorava por esse ato tanto quanto eu.

Suas mãos deslizavam pelas minhas costas até parar na minha cintura, a apertando firmemente, me fazendo suspirar. Ligeiramente, levei as minhas até sua nuca e agarrei seu cabelo. Éramos dois adolescentes que não conseguiam controlar seus hormônios.

Meu corpo além de implorar e desejar pelo seus toques, ele também ansiava por ar, então cessei o beijo e nossos olhares se encontraram, nossas respirações ofegantes. Minhas bochechas se encontravam carminadas, meus lábios também não estavam diferentes. Sorrio ao notar os fios rebeldes que havia deixado em seu cabelo.

Cansado, você recostou sua cabeça no meu colo e suspirou, então, em um gesto gentil e acolhedor, levo minha mão até seu cabelo e faço carinhos. Percebo que seus olhos foram se fechando aos poucos, mesmo cansado você ainda lutava contra o sono somente para me dar um pouco mais de atenção. Teimoso e fofo.

Bom, eu estava um pouco cabisbaixo com a notícia de sua ida, mas bastava um beijo seu para meu coração sorrir novamente.

Hoje, penso que prefiro sua ida à outro país do que sua ida à morte.

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Olá! Estou tentando aprimorar minha escrita em partes como essa: de beijos e momentos calorosos (vocês sabem o que quero dizer, certo?), mas de qualquer forma, espero que estejam gostando da fanfic até agora. Prometo melhorar, juro. Estou perdoada quanto à isso?

Não esquece da estrelinha ⭐
;)