premonições & presságios.

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Quando não estou ocupando a mente com o trabalho, fico me martirizando, deixando-me com o ônus da culpa. Ninguém poderia prever algo assim, nem mesmo eu, mas sua avó sentiu, não sei como apenas sei que ela sentiu, e ainda tentou nos alertar. Reconheço minha falha em não dar a devida atenção ao que ela dizia, e por isso me culpo, dia após dia, noite após noite.

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Certa vez, tínhamos combinado de visitá-la no final de semana, e fomos. Era sempre um prazer testemunhar o largo sorriso que se formava em seu rosto ao nos receber. Nos sentamos nas cadeiras de balanço que podia se encontrar no alpendre da casa que continha plantas de todos os tipos.

- Olá, halmeoni! Como a senhora está? - com estima e carinho você beijou o dorso de sua mão como um gesto de saudação. Sua avó nada disse, estava com um semblante preocupado e apreensivo - Halmeoni?

Sua avó estava em um tipo de transe ou algo assim, ficamos preocupados e até cogitamos ir com ela ao médico naquele exato momento, mas então, ela respondeu:

- Por favor, meu son-ja, não vá... - disse de maneira um tanto desconcertante - estou sentindo algo ruim, não é sua hora de ir meu menino, fique com sua halmeoni, a faculdade pode esperar.

- Halmeoni! Não fique assim, irei visitá-la sempre, nunca esqueceria da senhora, sabe disso.

- Não é o que estou dizendo, sinto que este vôo não é para ti. Presságios, já ouviu dizer? - lembro-me de quando ela o questionou sobre isto e ficamos assustados com o que ela dizia. Você apenas acenou positivamente com a cabeça. - Existem presságios de que algo prejudicial esteja por vir.

A expressão em seu rosto era memorável, demonstrando total surpresa com o que foi dito. Estou quase certo de que compartilhamos o mesmo pensamento: "Será que a condição dela está se deteriorando?"

Não tínhamos certeza de como agir, e eu optei por não interferir, então apenas segurei sua mão para encorajá-lo, um gesto de afeto que transmite: "estou ao seu lado, tudo ficará bem." E como sempre, você compreendeu.

- Ei, faz tempo que não visitamos o Dr. Hwang, não é? - foi o que disse ao acariciar o cabelo de sua avó.

- Está me chamando de louca?! Não vou àquele psicólogo idiota! Não preciso disso, você tem que me ouvir, gugu, precisa ouvir sua halmeoni!

Frustrado, você solta a minha e coloca a sua no cabelo, o jogando para trás.

- A senhora não é louca por ir ao psicólogo, halmeoni. Nunca foi sinal de loucura, mas sim de buscar por qualidade de vida e bem-estar, entende? Precisa ficar calma.

Você dedicou mais três horas para assistir a Sra. Jieun até que ela tomasse sua medicação diária e se acalmasse. Embora tenha levado algum tempo, houve avanço significativo.

Antes de sairmos, nos acomodamos no sofá, pois você estava profundamente consternado e preocupado com a situação de sua avó, chegando até a se culpar por não poder oferecer mais do que já faz.

- Não sei o que está acontecendo, ela só piora, Ji. Você não imagina o quanto me sinto insuficiente, gostaria de fazer mais.

Você expressava lamentações e derramava lágrimas, o que me causava aflição ao ver seu sofrimento, pois eu compreendia que suas palavras não eram a verdade, e ainda assim você persistia em se culpar. Sempre foi do tipo que prioriza os outros em detrimento de si mesmo, o que é admirável o seu desejo de ajudar, mas é importante reconhecer que há limites para tudo.

- Jun, você não pode continuar se martirizando desse jeito, eu e sua família toda sabemos o quanto se esforça em fazer o máximo para sua avó. Eu amo o quanto você é atencioso e cuida daqueles que ama. - verbalizo enquanto posiciono minha mão direita em seu rosto, acariciando-o suavemente, e você fecha os olhos lentamente, apreciando o gesto.

- Sinto um aperto no peito só de me lembrar de que estarei deixando vocês dois para trás, coração. É difícil conceber uma existência sem tê-los ao meu lado.

Envolvemo-nos em um abraço e permanecemos nessa posição por algum tempo; eu podia perceber as lágrimas escorrendo e umedecendo meu casaco, no entanto, não me importei.

Não prevíamos que seríamos nós a enfrentar a adaptação de uma vida sem a sua presença ao nosso lado. Agora somos nós que enfrentamos o peso do coração apertado.

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Olá anjinhos! O que acharam do capítulo de hoje?

• Aceito críticas CONSTRUTIVAS, qualquer sinal de ofensa irei deletar o comentário. Entãoo, deixe aqui a sua:


Halmeoni - avó materna
son-ja - neto

Não se esqueça da estrelinha!


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