Presas do abismo

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Após o almoço, decidi passar a tarde com a Harumi. Me coloquei à disposição de brincar com ela, com brincadeiras que eu sei que ela gosta. Entre uma delas é brincar de casinha.

— Hmm, o que será que a mamãe vai preparar para o jantar hoje, Harumi?

— Mamãe! — ela fala e mexe nas panelinhas de brinquedo.

— Isso mesmo, querida! Mamãe está fazendo um jantar especial só para você. — falo enquanto coloco alguns legumes de brinquedo em uma panelinha. — Hmm que cheiro gostoso.

— Pa? — ela fala e aponta para uma panelinha.

— Sim, isso é uma panelinha! Quer ajudar a mamãe a mexer?

— Mex! — diz Harumi imitando o gesto de mexer com uma colher de plástico.

— Você é uma ótima ajudante, Haru! Agora vamos ver o que mais podemos preparar juntas. — falo e deposito um beijo em sua testa.

Brincar com Harumi é muito gostoso, afinal além dela ser fofa ela é muito inteligente e criativa nas suas brincadeiras. E isso me faz sorrir.

De repente Harumi para de brincar e começar a chorar desesperadamente enquanto aponta para a janela.

— Mommo! Mommo! — ela fala chorando.

Olho para a janela e não vejo nada, a não ser as folhas da folhagem que tem do lado de fora.

Pego ela em meu colo e tento acalmar ela que está chorando muito e esconde o rostinho no meu ombro, como se estivesse com medo.

— O que você viu meu amor? — falo enquanto seco as suas lágrimas.

De repente a porta de entrada da casa se abre bruscamente, e quatro homens mascarados com uma máscara de Dragão vermelho invade a casa, armados com Fuzis, eles apontam para nós duas enquanto Harumi volta a chorar.

— Fica na moral e faça a garota calar a boca! — ordena um homem mascarado.

— Quem são vocês?! — pergunto assustada enquanto me encolho em um canto da sala abraçada com a Harumi.

— Não te interessa! Agora faça essa menina ficar quieta ou eu vou atirar na cabeça dela! — diz outro homem.

— Ela é apenas uma criança seus malucos! Para de gritar que vocês estão assustando ela!

Os homens trocam olhares e em seguida dois deles se aproximam de mim e tiram Harumi dos meus braços a força.

— Mamãe! — ela fala chorando enquanto abre e fecha os dedinhos das mãozinhas, como se estivesse me chamando.

— Aonde está o Haruchiyo?

— Ele não está aqui. — falo com a voz trêmula.

— Ótimo. — diz o homem e me algema. — Você vem com a gente e já vou avisando, qualquer gracinha que você fizer, eu não vou ter piedade alguma de machucar a sua filha.

Engulo em seco e sinto meus olhos arderem devido as lágrimas. Tudo que eu mais queria nesse momento era que o Sanzu aparecesse em casa e salvasse eu e a Haru.

Somos levadas para uma van. Um homem coloca a Harumi dentro de algo que parece uma jaula de a tranca ali dentro. Como se não bastasse, a cada choro que ela dá ele dá um murro na grade, a assustando.

— Para com isso! — falo chorando. — Não machuquem ela por favor!

— O que eu disse sobre você ficar quieta hm? — diz o homem e aponta o Fuzil para a Haru. — Qualquer gracinha, ela morre.

— Eu faço o que vocês quiserem, mas deixem ela em paz, por favor. — falo chorando.

— Hmm, chegamos em uma parte interessante. — fala o homem rindo e em seguida faz um sinal para o homem que está ao meu lado.

O homem aperta as minhas coxas. E solta uma risada maldosa.

— Haruchiyo fez uma ótima escolha hm? — ele fala com malícia. — Que gata.

Sinto meu corpo estremecer de medo e o meu estômago embrulha com aqueles toques nojentos.

Eu queria que tudo isso não passasse de um pesadelo, do qual assim que eu acordasse tudo ia acabar.

A viagem de carro foi longa, e assim que a van para, Harumi e eu somos tiradas de dentro do veículo de forma bruta, como se fôssemos foragidas da lei

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A viagem de carro foi longa, e assim que a van para, Harumi e eu somos tiradas de dentro do veículo de forma bruta, como se fôssemos foragidas da lei.

O local tem uma bela fachada, porém contém pessoas estranhas ao seu redor. Somos levadas para dentro da enorme mansão até chegar em uma sala, onde tem um homem de costas, bem vestido de terno.

— Senhor, está aqui o que você pediu.

Ele ri de forma maldosa e em seguida se vira, ele veste uma máscara de Dragão iguais aos outros, porém ela é muito mais adornada e enfeitada do que as outras.

— Hmm, o que temos aqui? — ele fala e se aproxima de mim.

— A mulher do desgraçado, junto com a filha. — diz um homem.

O homem de máscara adornada faz um sinal e dois homens se aproxima de mim, ergue o meu queixo e diz:

— A partir de hoje você será minha, e fará todas as minhas vontades, caso contrário eu mato a sua criança.

Engulo em seco e assinto positivamente. Eu jamais iria permitir que outro homem, além do Sanzu me tocasse. Mas se me usar fosse para proteger a minha única filha, eu não pensaria duas vezes, por mais que isso dói em mim.

O homem aperta a minha cintura e em seguida leva o polegar até a minha boca, fazendo um contorno sobre ela e em seguida ri.

— Haruchiyo vai arrancar a sua cabeça quando descobrir que você está comigo! — falo e ele apenas ri.

— Nem ele e nem a Bonten, vai te ajudar minha cara. Eles não sabem de nada sobre nós ou sobre a nossa localização. — o homem fala de forma maldosa. — Eles nunca irão encontrar você e a sua pirralha.

Sinto as lágrimas escorrerem em meu rosto, queria tanto poder sair dessa realidade, queria tanto que Sanzu aparecesse e matasse aqueles desgraçados... como eu queria o meu Sanzu Haruchiyo aqui, agora mesmo.

Ele faz um sinal e eu e Harumi somos levadas para um quarto. Grande e bonito, porém a única coisa bonita é o ambiente mesmo.

— Vista isso. — diz um homem e me mostra um vestido tão curto que nem parecer ser uma roupa que uma pessoa sã usaria. — Mais tarde eu passarei aqui, esteja pronta.

 — Mais tarde eu passarei aqui, esteja pronta

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