Adrenalina

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Olho para o nosso navio vazio. E aquilo me deixa tão nervoso que eu dou um soco em uma parede, e ignoro totalmente o sangue que se forma nos meus dedos e escorrem pela minha mão.

— Com toda certeza foram aqueles filhos da puta do Kuroi Yasha! — resmungo.

— E foram eles. — diz Ran e me mostra um papel.

Pego ele na mão e em seguida começo a ler em voz alta a "carta" digitalizada que deixaram ali.

"É melhor vocês ficarem bem espertos com seus territórios. Em especial, Sanzu, você precisa cuidar bem da sua família. Se não, elas podem virar saudade rapidinho.

Atenciosamente,
Ameaça Anônima"

Meu sangue ferve e minha mão treme. Como que o filho da puta que escreveu aquela carta tinha a audácia de ameaçar a nós? E pior, a minha família!

Amasso aquele papel e em seguida pego meu celular, e começo a ligar para S/N insistentemente, mas ela não atende.

— Ran e Rindou, vem comigo. — falo e vou correndo para o meu carro.

Entramos no carro e Rindou me olha desconfiado.

— O que aconteceu?

— Eu tenho que ir para casa. Urgente! — falo e manobro o carro bruscamente.

Eu me agarro firme no volante, o coração batendo descontroladamente no peito a cada curva, cada reta que eu enfrento com uma mistura frenética de medo e determinação.

Minha mente está em um turbilhão de pensamentos, imaginando os piores cenários possíveis para minha família. Será que elas estavam bem? Será que estavam sendo ameaçados neste exato momento?

A imagem de minha esposa e filha, vulneráveis e à mercê da máfia inimiga, assombra meus pensamentos, alimentando meu desejo desesperado de chegar em casa o mais rápido possível.

Cada segundo parece uma eternidade, cada sinal vermelho uma tortura. Eu estava impaciente, mas também estava determinado a chegar lá a tempo de proteger minha família, custasse o que custasse.

As lágrimas embaçam a minha visão, mas eu luto contra elas, focado apenas em chegar em casa e enfrentar o perigo de frente.

Finalmente, o meu bairro aparece diante de mim, e eu acelero ainda mais, ignorando completamente as leis de trânsito.

Estaciono o carro de qualquer jeito na porta de casa e desço do carro junto com os Haitani. E assim que eu abro o portão, meu coração gela e parece parar de bater assim que eu vejo a porta da frente escancarada e aquilo é um gatilho para eu sair correndo.

Entro na casa e tudo que eu vejo é os brinquedos da Haru espalhados pelo chão da sala e o celular da S/N encima da bancada da cozinha, cheia dar minhas ligações não atendidas.

— Amor? Haru? — falo e começo a andar pela casa procurando por elas.

Ran e Rindou me ajudam a procurá-las, mas nada. Nada delas aparecerem.

— Elas não estão em casa, Haru.

Sinto as lágrimas escorrerem em meu rosto e eu começo a chorar. Desesperado, desolado e preocupado. Por minha culpa e descuido elas não estavam em casa, e provavelmente tinham sido raptadas.

Família & Sangue (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora