Olho no meu relógio de pulso e vejo que já são 04:30 da manhã. Meus olhos estão bem abertos, por mais que seja tarde da madrugada.
A falta de sono é uma consequência que eu carrego devido as preocupações que eu estou tendo que lidar com o sequestro da minha esposa e filha.
Respiro fundo e encaro o céu, ele está tão nublado que nem da para ver as estrelas e a lua. E aquela observação chega a ser poética, pois sem a minha família do meu lado, eu me sinto nublado, como se a minha vida fosse o céu, e a minha esposa e minha filha fossem a lua e a estrela, e assim que a nuvem as cobre, meu mundo fica opaco, exatamente como está agora.
Olho para o lado e vejo Ran, com o carro parado no acostamento e dormindo sob o volante do carro. Todos estão cansados, menos eu.
Me sento no capô do carro fico pensando, por que essas porra tinha que acontecer justo com a minha família? Por que o mundo conspira tanto comigo e com a S/N?
No meio dos meus pensamentos, sinto meu celular vibrar. Tiro ele do bolso e pego ele na mão, vendo uma foto que aquele maldito número desconhecido tinha me enviado.
Abro a foto e o meu coração dispara e o meu mundo desaba. Era minha esposa, vestindo uma mini saia com um top transparente, ela sorria, porém eu sabia que era um sorriso forçado, aliás vejo que na foto tem uma arma apontada na cabeça dela.
Como alguém teve a audácia de mandar uma foto tão íntima da minha esposa? Quem se atreveu a invadir nossa privacidade dessa maneira?
Uma sensação estranha começou a surgir. Uma vontade primitiva de protegê-la a todo custo. Como se ela fosse minha posse, minha propriedade sagrada, e ninguém mais pudesse tê-la.
Eu nunca me vi como o tipo possessivo, mas agora, diante dessa maldita foto, algo dentro de mim desperta. Era como se um lado sombrio estivesse emergindo, pronto para se vingar de qualquer ameaça à minha felicidade.
Eu senti uma vontade avassaladora de encontrar quem enviou aquela foto e fazer com que pagasse caro por invadir nossa vida dessa forma. Minhas mãos tremiam de raiva enquanto digitava freneticamente, tentando rastrear o número desconhecido.
Não consigo rastrear o número, e isso me deixa irritado. Guardo o celular no bolso e em seguida tiro a minha katana da cintura e começo a golpear várias vezes uma árvore que está ali por perto, fazendo com que as cascas da árvore voem para todo lado enquanto eu começo a gritar de ódio.
— SEUS FILHOS DA PUTA! — grito e em seguida dou um murro na árvore.
Continuo com os golpes, até que eu escuto um som de uma sirene, acompanhada de luzes azuis e vermelhas. Era a viatura da polícia.
Eles param e viatura do outro lado da pista e em seguida descem do carro, indo até a mim.
— Algum problema senhor?
— Não é da conta de vocês. — falo com fúria.
— Estamos aqui para ajudar e...
Antes que ele terminasse de falar qualquer outra coisa, eu me viro e o lhe dou um golpe certeiro com a minha katana, cortando o seu pescoço e fazendo o sangue jorrar para todo lado.
O outro policial avança, e vem para cima de mim, e eu faço a mesma coisa, porém assim que ele cai no chão, morto, sem vida, eu continuo atacando ele diversas vezes com a minha katana, o cortando e perfurando o seu corpo sem vida.
O sangue se espalha no chão e respinga no meu rosto e roupa, mas eu não me importo. Continuo golpeando ele até perceber que ele estivesse inteiro ferido.
Guardo a minha katana cheia de sangue na capa protetora presa na minha cintura e em seguida coloco os dois corpos sem vida, dentro do carro. Tiro a minha Glock 9mm do bolso do terno roxo atiro diversas vezes contra o tanque de combustível, e devido a pólvora, explode.
Uma temenda explosão ganha vida. As chamas cobrem o carro por completo enquanto pedaços do carro voam pelo ar e pela estrada.
Observo toda aquela tragédia com um sorriso sádico no rosto. E ali eu percebi que não haveria volta. Meu lado yandere havia sido despertado, e eu faria de tudo para proteger o que é meu.
Ran acaba despertando do seu sono por conta da explosão, vejo que ele sai do carro e olha sua volta assustado.
— Haru! O que... Sanzu?
Não respondo nada, apenas caminho até a minha moto e monto nela, indo rumo a algum lugar, enquanto o meu desejo sanguinário percorre minhas veias.
A luz invade meus olhos quando finalmente os abro, e o choque ao despertar me atinge como uma onda violenta. Tento me mover, mas algo me prende firmemente na cadeira. Meu coração acelera enquanto eu luto contra as amarras, buscando entender o que está acontecendo.
Um gosto metálico preencheu minha boca, e então percebi o calor pegajoso escorrendo pelo meu rosto. Meu nariz sangrava.
O ambiente ao meu redor era escuro e sombrio, com apenas feixes de luz escapando pelas frestas das janelas cobertas. A respiração entrecortada ecoava na sala, mas eu estava sozinha. Sozinha e amarrada.
Minha mente gira, tentando lembrar como havia chegado ali, mas tudo era um borrão confuso. Um som estranho veio do canto da sala, e eu me viro, lutando contra as amarras, meu coração martelando no peito.
— A mulher de dono de biqueira acordou? — diz o homem de máscara adornada, cujo nome é Oni. Sei que não é o seu nome verdadeiro, afinal ele jamais revelaria sua identidade.
— O que você fez comigo? O que fez com a minha filha que não está aqui? Onde ela está?
— A pirralha está em boas mãos. — ele ri e se aproxima de mim. — Oh querida, você está tão ferida. Eu espero que da próxima vez que você pensar em me desobedecer, você se lembre disso, como um aviso.
Aquele louco só pode ter me mandado fazer alguma coisa para ele e eu decidi não fazer, e como castigo ele decidiu me punir, provavelmente me batendo.
— Sanzu vai vir atrás de vocês.
Ele ri de forma debochada e diz:
— Ele nunca vai te achar. — ele responde e aperta a minha mandíbula com força.
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Família & Sangue (+16)
Fiksi Penggemar[𝗢𝗯𝗿𝗮 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮] Sanzu é um dedicado membro da temida máfia Bonten, em Tokyo, cuja vida pessoal parece estar em harmonia com sua posição na organização criminosa. Ele é um marido amoroso e pai devoto de uma filha de um ano e quatro me...