Amor selvagem

67 9 1
                                    

Começou a pensar a respeito do que estava sentindo, não podia se apaixonar por um brutamontes selvagem, aquele homem era mais assustador quando pensado de como seria ele vivendo em sociedade.
Observava a noite aluarada, o clima tropical quente fazia sua pele sutilmente suar, William se aproximou do filho que estava sentado em um tronco de árvore caida onde muitos homens sentavam.

- Olha a aranha aí hen - disse William brincando.

- Ah, já sou amigo delas também.

Sentou-se William ao lado do filho, houve um breve silêncio, apenas a água do rio próximo e som da mata fazia-se presente.

- Que calor não é, a floresta é muito quente e úmida ao mesmo tempo, mas o ar é purinho, diferente da capital né?

- Ah é, não tive nenhuma crise alérgica desde que chegamos.

- Bom minha pesquisa está indo bem, falta alguns testes.

- É mesmo, quais?

- Bom em teoria aquele homem jamais vai conseguir fazer parte da vida social humana, ele não é comum, age feito bicho, fizemos várias limpezas nele, até mesmo nos dentes quando chegamos, remoção de tártaro, e bom... existe coisas intrigantes nele, primeiro que ele tem alto teor de complexo B, isso é ótimo, e ele é adaptável feito um bicho. Para o exército ele é uma amostra experimental, pensam na possibilidade de criar crianças com animais para que se formem mais como ele, mas isso vai além da compreensão humana ele é uma excessão.

- Sim, e o que farão com ele?

- Bom formularei uma tese sobre adaptação evolutiva, e... o mataremos.

O jovem se espantou, e muito.

- Pai por que fará isso? Por que?

- Por que eu e os outros cientistas chegamos a conclusão que se o deixarmos vivo o exército vai usar ele, eles vão leva-lo, mas se ele morrer e dermos qualquer tipo de laudo ele estará a salvo. Entende? Alguns soldados ingleses estão interessados, ele um assassino selvagem, Ícaro, não pode ficar aqui na selva, e também não pode conviver com humanos.

- Pai, mas ele não tem culpa disso, qual a lógica?

- É ilógico na verdade.

- Pai, pesquisa são para salvar pessoas, não é justo que peguem ele pesquisem e façam suas teses, tirem amostras como tem feito vocês e depois matem ele.

- E o que sugere, hein? Que o levamos, para a cidade? Imagine quando ele ver aquele monte de pessoas, o barulho, os carros, e tudo, quem garante que ele não vai assassinar e colocar pessoas em perigo, ele é um animal, cresceu como um animal, ainda agora descobrimos que a mãe dele era uma onça, tem ideia disso? Sem contar que se levasse, em uma semana o exército estaria na nossa porta.

- E quando faram isso?

- Vamos dar uma injeção letal nele, uma de ar, já notamos que ele é resistente, resistente a álcool, anestesias, algumas drogas, ele tem alguns bacilos um pouco mais alterados que causam essa resistência, é necessário uma anestesia de cavalo para sedar ele. Existem humanos assim, não é nada tão anormal... mas no caso dele...

- Injetaram drogas nele?

- São experiências, precisam ser feitas.

- Quanto tempo estão o estudando?

- Bom, essa era a fase final. Mas estão com ele há uns seis meses.

- E você sabia?

- Sim estive aqui naquela viagem de emergência.

FELIPEOnde histórias criam vida. Descubra agora