Tudo que quiser

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Giovanna

Claramente Louise é fraca para bebidas alcoólicas, depois de meia garrafa entre conversas e silêncios intermináveis, ela se deitou de um lado do sofá e eu de outro, estávamos conversando sobre a tal pessoa que ela tem na cidade, respirei aliviada por saber que era uma conhecida e não um suposto namorado, acho que é inegável estou sentindo alguma coisa por essa mulher, a mesma que está adormecida tão perto de mim.

Continuei bebendo, e observando as fagulhas que saiam do fogo bem aceso da lareira. Louise começou a se mexer, e a resmungar algo. Decidi que já estava tarde e iria acorda-la para levá-la até a cama, chamei algumas vezes e nada, lá pela quinta ou sexta vez que chamei ela pulou e se sentou visivelmente assustada.

G- estava tendo um pesadelo?-perguntei tentando decifrar seu rosto corado e suado.

L-algo assim.-chacoalhou as mãos no ar como se quisesse esquecer esse assunto.

G- acho que você é fraca para bebidas.-riu nasalado.

L-Não sou, só estava cansada por ter caminhado muito, se me der licença vou me recolher, boa noite.

G-boa noite Louise, bons sonhos.-brincou.
Louise lhe deu um olhar mortal.

Giovanna decidiu tomar outro banho para poder tirar o álcool do corpo e quando sentiu a água gelada em seu corpo arrependeu-se imediatamente.
Tremendo o queixo saiu enrolada na toalha e novamente vestiu uma camiseta grande demais para ela e se deitou em seu sofá.-riu ao lembrar das falas de Louise sobre o sofá logo quando chegou ali.

No meio da madrugada sentiu frio e ficou pensando se ia até o quarto pegar mais um cobertor, optou por ir e tentar pegar sem acordar Louise.
Abriu a porta devagar, e encontrou dois olhos a encarando por cima dos óculos de leitura, no colo da mulher um livro que não conseguiu identificar descansava, sorriu amarelo juntando as duas mãos a frente do corpo.

G- estou com frio...--falou fazendo biquinho.




Imediatamente Louise lembrou do biquinho de descontentamento que ela fez ao perguntar sobre a mulher da cidade.
Louise não conseguiu dormir depois do sonho que havia tido, decidiu por tentar ler e falhou miseravelmente em se concentrar em sua leitura, até ouvir sua porta sendo aberta e uma criatura sorrateira entrando na pontinha dos pés, quando a menina viu que ainda estava acordada sorriu sem jeito, a mulher tinha que admitir aquilo era encantador.

L- realmente a temperatura caiu bastante.

G-voce perdeu o sono?-perguntou ainda parada perto da porta.

L-sim.

G-o..oque está lendo?

L-livro do desassossego.

G- Fernando pessoa.-sorriu.

L-uhum... você quer dormir aqui? Quero dizer, está frio e você já dormiu aqui e .....

G- quero.-correu pulando na cama.

L-voce tem quantos anos mesmo?-ergueu uma sobrancelha.

Giovanna bufou e deu de língua para a mais velha, essa que a encarou perplexa.
G- pode desligar o abajur?

L-tenho outra opção?-disse virando de lado e se acomodando logo depois de desligar o abajur.

Giovanna ainda sentia frio e tremia encolhida, tremor esse que estava incomodando a mais velha.
Virando para ficar de frente para a menina Louise a chamou baixinho.

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