Não!

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Dois dias haviam se passado e Giovanna manteve a rotina silenciosa. Toda madrugada ia de encontro ao último andar, na expectativa de ver a mulher que era praticamente uma desconhecida, mas em seu subconsciente era mais que conhecida.

Diante os supostos acontecimentos, Regina passou a deixar a menina mais tempo sozinha com Louise.
Roberto fez como disse que faria, passou pela manhã no quarto da esposa e disse que Regina poderia ter se enganado ou era só espasmos no corpo de Louise.
Louise continuava tentando acordar, isso já estava ficando deveras cansativo para a mulher, sentimentos como frustração, incomodo e estresse apoderaram-se em si.

Todas as madrugadas que sentia a presença de Giovanna ela tentava mostrar que estava ouvindo, que sentia a angústia da menina. Para ela era confuso. Será que para a menina também era?













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Giovanna estava seguindo novamente para o encontro tão esperado de todas as madrugadas, estava perdendo as esperanças, afinal em quatro dias ela iria receber alta e o que inventaria para ir visitar Louise?
Certamente que o Dr Roberto não iria aprovar as visitas que pela menina seriam constantes e diárias.


Ao adentrar o quarto que era iluminado apenas por uma meia luz que vinha de um abajur com coloração amarelada.
Achou estranho o fato de não ver Regina ali como todas as madrugadas.
Deduziu que a doutora estava em com algum paciente, se aproximou em silêncio, arrastou a poltrona com cuidado até o lado da cama.

Suspirou e segurou a mão pálida da mesma.

G- o que eu tenho que fazer para você acordar?-falou com a voz embargada.
Acariciou o rosto de Louise e deixou um beijo doce em sua testa.

G- sabe é tão estranho e confuso o que sinto por você. Eu realmente não sei o que fazer... talvez se você acordasse e me dissesse que não faz idéia de quem eu sou, eu poderia procurar um psiquiatra pois com certeza estou ficando louca.-riu nasalado.- você se lembra das mesmas coisas que eu? Bem.. talvez falar com uma pessoa desacordada seja algum sintoma de loucura.- deixou um suspiro frustrado sair.

R- talvez seja mesmo.-Regina falou sentando no lado oposto da cama.

G- oh, me desculpe eu não queria invadir, achei que estaria aqui.-falou ainda acariciando o rosto de Louise.

R-é...eu..eu estava um pouco ocupada.

G- ocupada com a Emma?-falou sorrindo ladino.

R-como?-perguntou, ficando corada.

G- nada.-riu por ter deixado a médica com vergonha.-você acha que ela nunca vai acordar?

Regina respirou fundo, era visível o quanto a menina se importava com sua amiga.
R-eu não sei..mas ela nunca havia movido nem um dedo até aquela noite.-ouviu um bip em seu pager, levantou-se indo em direção a porta.
R-tenho uma emergência, volto assim que terminar.

G- posso ficar?

R- adiantaria eu dizer não?-perguntou levantando uma sobrancelha.

G- Não!-falou sucinta.
Regina balançou a cabeça em negação e saiu do quarto.

G- então...você gosta mesmo de café? Será que seus gostos são os mesmos que eu conheço? Eu vou te contar um poema, e acredite se quiser, eu não faço ideia de como lembro disso.

Giovanna deitou a cabeça na cama e se pôs a falar:

Meu corpo chama, clama, reclama,
Onde você se esconde agora,
Da vontade de morrer por um instante,
Mas repenso, quero nova chance na próxima hora.

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