Um ato de benevolência.

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Louise

Céus! Se arrependimento matasse eu estaria estirada no chão, andei feito uma condenada para no final encontrar um diário.

Cheguei no chalé e joguei aquele troço na mesa. Fui tomar um banho.. estava exausta e faminta. Preparei uma sopa quentinha, já que estava frio, e ventando...eu conseguia ouvir o vendo assoviando, é estranho eu gostar disso? Foda-se se for!

Comi a sopa e estava realmente boa... resolvi ir me deitar, quando olhei para a mesa me senti instigada, o que será que tinha Ali, naquele livro escrito a mão, seria um diário?
Muito feio ler coisas que não são da nossa conta, né?
Pouco me importei em respeitar a intimidade de seja lá quem for a dona.
Me coloquei a ler, era uma coisa que não tinha dono, na verdade tinha sim né? Que mal faria? Só para matar a curiosidade.
Me perdi no tempo lendo, pelo visto a dona era uma escritora com uma mente bem fértil, tinha que admitir que além de fértil a mente da criatura era instigante e excepcional.

Uma história que mais parecia um rascunho me chamou atenção, era um prólogo de origem sexual entre duas mulheres.. e eram...quentes?

Foi quando eu senti aquelas mãos tocando meu corpo que um arrepio se fez presente, era como se uma pena macia estivesse pairando sobre minha pele, a língua dela adentrava minha boca com sede e certa ansiedade, seus dedos passeavam por minhas dobras que já se encontrava molhada e quente, pronta para recebê-la de forma faminta.
Logo senti seus dedos se afastando daquela região que implorava por mais, suspirei com insatisfação, mas foi breve muito breve... Ela se ajoelhou e me tocou com a língua não pude evitar o revirar de olhos e muito menos o gemido rouco que escapou de minha garganta, eu a queria toda dentro de mim, eu estava chegando ao ápice do meu prazer quando ela deslizou dois de seus dedos para dentro da minha buceta, essa que engoliu aqueles dedos delicados-

Louise jogou o diário pra cima quando ouviu um baque perto de sua porta, seu coração parecia que iria sair pela boca. Não sabe se o que a assustou foi o barulho ou a sensação de ter se excitado com aquilo que estava lendo, jogou os pensamentos para longe e foi devagar, sem fazer barulho até a pequena janela que dava vista para fora.

Viu que tinha um corpo pequeno caído ali, mas era só o que faltava.
Abriu a porta devagar olhou em volta para saber se aquilo era uma brincadeira dos adolescentes da cidade e não viu ninguém, agachou e virou o corpo para olhar o rosto da coisinha que estava ali. Checou a pulsação e logo puxou com dificuldade o corpo estranho para dentro do chalé, poderia deixá-la ali? Poderia. Provavelmente ela acordaria e iria embora, ou algum bicho a comesse.
Mas algo tocou em seu coração quando viu o sapato que estava próximo ao corpo, era a criatura burra que estava de salto no meio do nada, e que claramente é também uma péssima motorista.

L- caramba, isso que é uma falsa magra.-sussurrou enquanto fazia um grande esforço para colocar a menina sobre seu sofá.

Louise pegou uma bacia com água morna e um pano para limpar aquele sangue seco, ao menos para ver a proporção dos machucados.

Limpou primeiro o rosto, tinha um corte na testa e outro no nariz. Provavelmente bateu com o rosto no momento em que seu carro caiu no morro, e provavelmente não estava usando cinto de segurança. "Esses jovens" pensou alto.
A menina está com uma calça alfaiataria , e uma camisa branca. Bom ao menos era branca, nesse momento estava coberta de Sangue e sujeira.
Bufou ao ver que seu sofá com certeza ficaria sujo por causa daquela estranha.

Ela tinha que tirar a roupa da criatura para verificar o resto do corpo, mas não o faria, sentia que estaria invadindo demais a privacidade da outra.

Privacidade que mané privacidade? Ela que caiu de paraquedas na minha porta.

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