Laboratório

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O professor entrou na sala com uma cara de cansado.

- Credo, esse homem não dormiu direito não - Billie sussurra pra mim.

Eu rio. Billie tinha sido encantadora comigo desde o primeiro dia de aula, estávamos nos tornando boas amigas, o que nos fez sermos duplas nas aulas de ciências.

- Formei alguns grupos para o nosso trabalho no laboratório, esta nesta folha aqui. - o professor diz colando a folha na parede. - Se separem e vão ao laboratório.

Eu vou até a folha, passo o olho até achar meu nome, estava escrito "Grupo 5 - Nica, Billie, Lionel, Rigel" assim que eu avisto o nome de Rigel já me vem um calafrios, quando penso em Rigel e Lionel no mesmo grupo penso no caos que isto vai dar.

Volto ao meu lugar e cochicho a Billie o nosso grupo.

- Reúnam os grupos e vão ao laboratório, encontro vocês lá - Diz o professor antes de sair da sala.

- Lionel, Rigel vocês são com a gente - Billie grita para eles.

Ambos se aproximam e Rigel da um olhar mortal para Lionel, que abre um sorrizinho para ele, Rigel passa por Lionel e fica ao meu lado.

Billie me da puxa e nós quatro vamos para o laboratório, eu estava tensa, nervosa, e eufórica. Adoro aulas em laboratório, além de ser biologia, que particularmente é a minha matéria favorita, aprendo muito mais na prática.

Chegando lá, nós sentamos em uma mesa, Rigel na primeira cadeira, eu estava ao seu lado, depois Billie e Lionel estava em pé apoiado na bancada. O professor entrou na sala e a gente se virou para ele.

- Hoje iremos aprender sobre alguns órgão, para isto trouxe vocês aqui, para abrirem e verem um sapo, toda a sua anatomia - a sala fica eufórica - Acalme-se pessoal. Vou pegar os sapos. - Ele sai da sala.

- Nica você quem vai cortar não é? - Billie vira para mim - você é melhor em biologia, você quem vai - ela me diz entregando o bisturi.

Eu pego e fico paralisada, se tinha uma coisa que eu odiava era machucar animais, quem dera cortar, sei que estava morto mas...era um sapo ingênuo.

O professor passa pela nossa mesa e deixa uma bandeja com o sapo morto esticado lá. No momento em que eu olho eu continuo paralisada, meus olhos enchem de lágrimas. Rigel tira o bisturi da minha mão.

– Sabe Lionel, já que você é tão inútil, seja útil uma vez e corta essa porra - ele joga a bandeja para Lionel - vê se faz direito ouviu? - Lionel revira os olhos.

–Babaca pra caralho você - Lionel diz a Rigel

Antes que Rigel o respondesse eu despenco em cima da bancada, minha pressão havia caido.

– Nica você está bem? - Lionel pergunta.

Antes que eu respondesse qualquer coisa ou saísse chorando, Rigel coloca as mãos no meu rosto me fazendo olhar fixamente para ele. Ele não diz nada apenas me olha, como se conseguisse me entender pelo olhar. Ele me puxa para si e me abraça.

Eu estava tão nervosa que o abraço com força e uma lágrima cai dos meus olhos.

– É um sapinho inocente... - eu sussurro para ele.

– Está tudo bem Mariposa, relaxa - ele responde colocando a mão na minha nuca para eu encostar a cabeça no seu ombro.

Sei que parece inútil chorar por um simples sapo morto, mas eu tenho um amor por animais, eu amo qualquer animal e não desejo mal a eles e nem tento machuca-los, cortar o sapinho seria uma péssima coisa para mim.

Por um período não tinha pensado, Rigel literalmente havia acabado de mostrar seu lado sentimental, ele me abraçou, me tocou, se preocupou comigo, algo que nunca tinha vindo dele.

– Amiga? Olha um coração de sapo!! - Billie diz toda saltitante, eu a olho e sinto um embrulho no meu estômago. - Droga! Não deveria ter te mostrado - Ela diz.

Eu empurro Rigel e saio correndo da sala, e vou direto para o banheiro mais próximo. Ouço a porta se abrir, era Rigel.

– Você sabe que aqui é o banheiro feminino não é? - digo olhando para ele extremamente eufórica.

– E daí? Quem liga? - Rigel se aproxima. - Vem vamos tomar um ar, aqui é mais fechado você não vai melhorar aqui. - ele estende a mão.

Eu a pego e Rigel me leva para fora da escola, tinha um banco onde a gente senta, eu me aninho a ele, mesmo estando mal, o toque de estar com ele, eu me sentia protegida.

Ali ficamos, eu não questionei o porque, não era hora de perguntar, eu só precisava de alguém, e eu sabia que Rigel estaria ali comigo, independente de qualquer situação Rigel estava comigo e ficaria ali comigo até eu melhorar. Ele me buscou água e me fazia tomar toda vez que eu me sentia pior.

Apesar de tudo Rigel hoje, tinha mostrado sentimentos que mais pra frente eu irei entender...

imagines - Rigel WildeOnde histórias criam vida. Descubra agora