V.

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"Na sua aflição, clamaram ao Senhor, e ele os tirou da tribulação em que se encontravam." –Salmos 107:28


A angústia, o sentimento de confusão, misturados tem o poder de necrosar a mente e o coração de um ser humano. Sente-se  apático, suas entranhas doem, sua mente ferve em devaneios diversos. Tais consternações, se por muito tempo sentidos, tem o poder de gerar em si a depressão.

Dentro de uma pequena igreja, ajoelhada a frente de uma imagem de Cristo na cruz, chorava e clamava. Sentia dor em seu peito. Sentia medo. Sentia desespero. Sentia melancolia. Ginevra nunca se imaginara naquela situação, pois não acreditava no Criador. Não acreditava em nada que havia nas escrituras. Achava tudo uma tremenda baboseira. Mas a fé de um homem foi capaz de fazer com que ela recorresse a este meio, de clamar ao Sal da Terra, por socorro.

—Se tu és real mesmo, me reponda, porque ele mudara de comportamento tão repentinamente?

Não houve respostas.

Então Berta se levantou, ajeitou suas vestes e o véu em sua cabeça, foi para fora da pequena igreja. Pela primeira vez sentira nojo da aldeia, dos trabalhadores, dos pobres. Entrara em sua carruagem e voltara ao castelo.

Experiências indesejáveis, causam reações repulsivas e imorredouras. Mas será que eram imorredouras mesmo? Será que não desejava vê-lo novamente? Será que sentia raiva de todos a sua volta mesmo? Talvez o tempo seja o único capaz de responder, ou não.

Atitudes impulsivas causam culpa. O medo do novo —ou do mortal— lhe impede de viver uma vida digna e prazerosa. A falta de confiança em si causa problemas irreversíveis. Mas será que devia confiar em si? Ou apenas deixar o próximo confiar e gozar da vida tão desejada? Soobin não se sentia capaz de ter qualquer sentimento que fosse. Não se importava. Tornara-se frio de dentro para fora. Ouvira toda prece de Berta, e não se compadeceu. Sabia que era sobre si que a garota clamava. Mas não quis reverter tudo o que fizera. Assim era o melhor para ambos. Viveria sem o perigo de matar uma vida inocente com sua sede bipolar, e livrara a mesma de um perigo maior que um lobo faminto. A livrara das presas de um vampiro sedento e descontrolado com o cheiro de sangue bendito.

A falta de reciprocidade torna uma pessoa distinta. Berta esfriara seu coração. Juntou-se a seu pai na caça e exterminação de sobrenaturais. Não sabia se eram reais de fato, mas suas emoções eram mais forte do que seu racional. A mesma também buscava justiça. Pelo seu primo que desaparecera jazia duas semanas. Aceitara o casamento forçado com o mesmo. Pensaria ser o melhor viver longe de Ravena. Não corria o risco de nem mesmo se lembrar de Choi.

Mulheres e mulheres morriam queimadas em praça pública, nuas, sem saber o por que. E acima de tudo, o por que BERTA as matava. Uma garota que dantes tão amável, e dócil, agora temível como seu pai. A princesa pensava que Taehyun poderia ter se deitado com cada uma, e elas o matado. Beomgyu se sentia mal com essa mudança de Berta e aliviado pelo sumiço do primo. Eram tão unidos em não apoiar o pai, e agora a garota o apoia e faz as mesmas atrocidades que o mais velho. O gêmeo se sentia solitário e traído. Se entristecera com toda a situação.

Por outro lado da floresta, havia um Yeonjun saciado e satisfeito. Criara um mascotinho para chamar de seu e o escravizar.

Taehyun se transformara a sombra de Yeonjun. O vampiro apagara a mente do príncipe, para o servir como um belo escravo.

—Yeonjun? Voltei. Essas últimas semanas o clero tem me cobrado bastante, pois Berta está matando as pessoas sem dó e nem piedade. Que Deus tenha misericór...— fez uma pausa confuso com o que estava vendo—O que esse garoto faz aqui, e por que ele está com seu pênis na boca?

—Ah! Esse é o Taehyun, meu mascotinho. Ele não é uma gracinha?— disse com voz afinada ao mesmo que açucarada, e o garoto se engasgava com o membro do vampiro— Achei ele perdido na floresta há uns dias, e adotei ele.

The Sea Of Roses and BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora