"Não imaginas quantas foram as vezes que te devorei em pensamentos." —Jousival Sales de Santana
Desejos eminentes. Notoriamente nocivos, todavia incontroláveis e totalmente dominador sobre nosso cerne. Ansiamos algo com viço que fica fora de nosso poder de ter ciência. Quiçá temos atitudes imprudentes perante os nossos desejos mais obscuros. Seja ele poder monetário, poder social, um bem material ou até mesmo pessoas. Nos tornamos possessivos. Abusamos daquilo que vimos como nosso por direito. Os desejos nos tornam egoístas, egocêntricos, gananciosos e acima de tudo luxuriosos. Aquilo se torna nosso demônio, pois pouco a pouco nos possui como um devorador de almas. E no final, nos tornamos marionetes de nossos desejos.
Assim se sentia a jovem princesa vendo o filho do novo coronel do reino. Um rapaz alto, pele clara, cabelos louros, lábios carnudos, e que era capaz de fazer o sorriso com o feitiço mais perigoso. E os olhos.
Ah... aqueles olhos!
Azuis como as águas mais cristalinas do mar da Sicília.
Seu olhar era como o de um lobo sedento por sangue fresco de sua presa.
Portava a voz mais rouca e cativante que Ginevra já ouvira em toda sua vida.
Estava sentada em uma poltrona na biblioteca do castelo lendo um livro quando seu pai, o rei Hermme, adentrou o estabelecimento com o bispo. Os dois conversavam de um assunto que a garota não entendera logo de cara. Não quis demonstrar atenção na conversa, então enfiou mais o rosto no livro.
—Saia daqui, garota! Vá para seu quarto agora!—gritou o rei para a garota
Berta pouco se importou com a ordem do pai. Levantou o olhar para ver o mesmo, mas viu o garoto novo adentrando a biblioteca.
Andava com passos casuais, elegantes, lentos e seduzentes. Mirou fixamente a garota com o livro em mãos. Mordiscou o lábio inferior levemente ao ver o decote profundo do vestido azul royal da garota, o qual destacava bem os seios da mesma, quase os deixando a mostra. A garota engoliu em seco, e sentiu seu coração palpitar.
—Lionel, vá dar uma volta com a princesa pela propriedade.—disse o coronel ao filho
A garota piscou várias vezes incrédula, mas acompanhou o maior.
Andavam calados pelo castelo. Nem se olhavam direito.
—Me chamo Lionel Salerno. E você é a princesa Berta, correto?
—Sim.— respondeu timidamente
—Quantos anos tem?
—Dezenove.
—Eu também!—disse em tom animado— parece que temos algo em comum.
—Seio...vestido bonito.— disse embaraçoso
—Obrigada, Lionel. Você tem olhos bonitos.
Estavam andando pelo corredor próximo ao salão de dança, um lugar iluminado pelas velas, que brilhava. Berta amava aquela parte do castelo. Ansiava pelo baile.
—O que é aquilo?—perguntou Lionel em um tom de choque apontando para o lado oposto no qual estavam
Berta olhou para onde o garoto havia apontado, e o mesmo a empurrou prensando contra a parede, olhou fervorosamente para os lábios e os seios da garota. Por fim, selou seus lábios nos da garota. Havia desejo carnal no beijo. Um selar molhado, e deveras quente. Berta não sabia bem o que fazer, portanto, retribuiu. O garoto passeava suas grandes mãos pelo corpo da menor, passando da nuca até as nádegas da mesma. Estava sedento. Queria mais. Então desceu os selares para os seios de Berta. A mesma sentiu uma onda de calor e sensações desconhecidas percorrerem por seu corpo, entretanto aquilo lhe agradava. Lionel colocou a destra no seio esquerdo da garota, prestes a retirá-lo do amontoado de pano que o apertava, quando a cozinheira viu a cena e deu um leve grito de susto, e saiu correndo. Os garotos pararam na mesma hora. Se entreolharam e começaram a rir.
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The Sea Of Roses and Blood
ספרות חובביםA lua vermelha iluminava a noite que jaz entorpe. O cheiro de sangue que invadia suas narinas lhe causava a mais infinda e pungente angustia. A demasia dor em sua derme que a matava. Se sentiu viva quando o veneno havia escorrido por toda corrente s...