VI.

4 1 0
                                        

"Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam." –Gálatas 5:17 


A inquisição, um movimento político que a igreja católica impôs em todo mundo nos séculos XVII e XVIII. Teve como objetivo caçar e exterminar pessoas acusadas de heresia, bruxaria ou quem mantém-se em religiões distintas da imposta pelo clero, ou seja, que não fosse o catolicismo.

Portanto, Berta pensava que o que o clero não visse, o clero não sentiria. Possuía uma biblioteca em seu castelo, com infinitos livros nos quais poderia ler e estudar. Buscava escondido de seu pai informações sobre a bruxaria e pactos com o anjo que fora expulso do sagrado céu. Entretanto, esta não achara nada em seu castelo, e teria que dar um jeito de invadir a biblioteca da igreja para procurar algo.

Acordara disposta em uma manhã de terça feira. Disposta a entregar sua alma a alguém que não se era confiável. Mas pelo o que seu pai fizera com sua mãe, qualquer ser para si era mais confiável que seu abominável pai. Descera para sala de jantar junto com seu irmão gêmeo e o namorado dele, Huening Kai. Não eram assumidos publicamente para os cidadãos ou para o rei, ou pra qualquer pessoa que não fosse Berta, pois não era algo aceitável um casal com apenas homens na relação, o rei os mataria sem pensar duas vezes. Mesmo que fosse seu filho. Seu único filho homem. Tomaram seu café da manhã juntos, felizes por não portarem a presença de Hermme. Saíram o mais depressa do castelo após terminarem de se alimentar, e partiram para a pequena igreja.

Adentraram o local, Berta foi fingir se confessar, enquanto Huening Kai iria em direção a algum mandante religioso para dizer que gostaria de se tornar sacerdote. Para assim conseguirem os livros que desejavam. Todavia esse teatro todo fora feito para que Ginevra conseguisse o que queria.

—Bom dia, senhor. Sou servente do rei, e gostaria de me tornar um sacerdote.— disse Kai a um homem alto, de cabelos negros, que estava de costas para si

—Não sou eu quem faço os preparos e a cerimônia. É o bispo que o faz. Sou apenas um sacerdote ajudante daqui.— respondeu seco em uma voz rouca.

—Não poderia nem nos dar alguns livros para que ele estude?— Beomgyu perguntara ao homem

—Tenho cara de bibliotecário?— respondeu se virando para os garotos—Não. Não tenho, e não sou. Não posso fazer nada por vocês.

Assim que falou saiu andando. O mesmo passara entre os garotos, os ignorando. Kai e Beomgyu acharam o homem deveras estranho. Usava apenas roupas pretas, era pálido, alvo como a neve. Era assustadoramente angelical, com traços delicadamente esbeltos. Desenhado por Deus, ou por demônios. Os garotos também o acharam arrogante.

—Eu exijo que você dê pelo menos um livro para ele estudar. Sou o príncipe. E as pessoas têm que fazer o que ordeno.— disse tentando parecer ter alguma autoridade

—Acham que sou o que? Um idiota? Os ouvi conversando com a princesa falando que é para ela um livro sobre bruxaria, e não para um servente do rei, moleque estudar e se tornar sacerdote.— debochou o homem— Sorte a de vocês eu não querer contar isso nem ao bispo, e muito menos ao rei. Não me envolverei nessa ralé de vocês jovens. Vão caçar diferenciar colherzinhas de chá e açúcar. Pouco me importa se você é o príncipe. Ficar falando por aí só para conseguir o que quer, só provas o quanto arrogantes, mesquinhos e ignorantes vocês nobres são.—disse ainda debochado e um pouco colérico

—Me fale seu nome pelo menos, para que eu informe a meu pai, por seu descaso.

—CHOI SOOBIN.—o homem dissera em alto e bom som. Os garotos até se assustaram, principalmente pelo fato do homem não temer revelar sua identidade.

The Sea Of Roses and BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora