17. broken boy, cage the elephant.

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NATHAN

Não bebi nada além de refrigerante ontem, saindo totalmente da dieta. Eles só tinham refrigerante e álcool para servir. Além de pequenos salgados extremamente gordurosos. Foi assim que mantive Alícia bem a noite toda. A cada cerveja ela comia algumas bolinhas de queijo. Esme não comeu nada, bebeu além da conta e ainda parecia bem quando chegamos em casa, no começo madrugada e sem o Zak. Não sei de onde ele tira tanta energia e tanto gosto por bebida. 

Fiquei no balcão observando as meninas enquanto conversava com Olivia pelo celular. Pensei que tudo acabaria depois daquela mensagem, mas até que evoluímos. Descobri que ela é muito brincalhona, extrovertida, gosta de tirar fotos e toca muito bem guitarra. Tem uma irmã mais nova que mora em outro bairro com os pais, na verdade, bem próximo de onde minha mãe vive com as minhas irmãs. 

Confesso que não parei de pensar em como gostaria de ter beijado ela de novo quando nos encontramos no Zama da última vez e estar naquele bar me fez ter flashbacks muito claros. Senti até o mesmo frio na barriga. Nossos lábios se tocando. Línguas se encontrando. Saliva. 

Agora estou sentado na mesa, de frente para um Zacarias tentando se lembrar o que aconteceu na noite anterior. Ele sempre tem esses apagões quando bebe demais. Pelo menos dessa vez não precisou de ajuda para voltar pra casa. Porque dormiu na casa da garota que ficou dando investidas a noite inteira. 

- Ela mora aqui perto, foi rápido de chegar. - Explica, passando uma mão pelo rosto. - E eu descobri uma coisa interessante...

Seus olhos abaixam para o sanduíche que Dana acaba de deixar diante dele, acompanhado por um copo de suco. Me serve um também. É o meu favorito. Maracujá. Agradeço com um aceno. Ela se senta do lado dele, disposta a ouvir o resto da fofoca. Não me lembro quando eles ficaram tão próximos num ponto de poder saber os mesmos detalhes que eu.

- O que foi? - Pergunta, virando o rosto para que consiga ver somente ele, usa o cabelo como cortina.

- Ela é irmã da Aurora. A do Heitor. - Seus olhos me fitam, esperando alguma reação. Eu só franzo o cenho. - Por isso ela estava na última festa. 

- Sério?! - A reação de Dana o agrada mais.

- Não sabia disso? - Zak junta as sobrancelhas. - Eu pensei que fossem amigas.

- Eu sabia que ela tinha uma irmã, mas não sabia exatamente quem era. - Ela volta a se sentar com postura, olhando para a bancada atrás de mim. - Acho que somos mais colegas. Minha casca de bala é a Daniella.

- Entendi. - Balança a cabeça. - Mas não é como se estivéssemos tendo alguma coisa séria. Eu nem sei a cor favorita dela, por exemplo.

Penso sobre a cor favorita da Olivia. Deve ser verde. Ou azul. Alguma coisa assim. 

- Eu acho que em algum momento isso vai acontecer, Zak. - Ela toca suavemente o ombro dele. - Se for o que você realmente quer. 

- Obrigada, Dana.

Sorriem um ao outro. Penso sobre o que eu realmente quero. Se quero ficar com a Olivia de um jeito sério, afinal, faz um tempo que não tenho nada sério com ninguém e as vezes sinto falta disso. De me sentir apaixonado.

- E o que você pensa disso tudo? - Zak está me encarando. - Tá todo sério ai. 

- Não é nada. - Termino de tomar o suco. - Espero que dê tudo certo entre você e a Diana.

- É Tiana. - A de olhos puxados corrige. Séria. 

O clima começa a ficar um pouco tenso. Eu juro que não aguento mais passar nenhum segundo com Dana me tratando desse jeito. Suspiro.

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