O Rei do Ensino Médio

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Ele era temido, amado, bajulado,
O rei do ensino médio tinha
Todo o colégio dominado.

O rei sem coroa fazia
O que bem entendia,
Fazia maldades
Para sentir alegria.

As meninas mais bonitas lhe pertenciam,
Os outros garotos em suas mãos
Muito, muito sofriam.

Certo dia
Uma menina novata apareceu,
Tinha catorze anos, e foi
Recebida com uma surpresa
Pela cruel alteza.

Ele e seus bajuladores
A cobriram com ovo e trigo,
Na frente de todos,
Para todos verem, todos zombarem.

Oh tadinha,
Ela ficou tão constrangida,
Não sabia o que fazer,
Estava como uma ovelha perdida.

Toda semana
Ele tinha um novo alvo,
Nenhuma alma do colégio
Estava a salvo.

As humilhações nunca acabavam,
Um tornado destruidor,
Sem um predador
Que pudesse parar o seu furor.

Todos estavam ao seus pés,
Seguindo suas ordens e regras,
Seus desejos e vontades,
Suas indescritíveis insanidades.

Mas as lendas diziam
Que lá no fundo,
Ele era triste,
Tão triste quanto um conto inacabado.

A sua casa era
Um campo minado,
Um campo de guerra,
O jardim do pecado.

Seus pais eram violentos
E profundamente agressivos,
Bêbados, viciados e igualmente
Impulsivos.

Odiavam o próprio filho,
O tratavam como um estorvo,
Uma maldição inesperada,
Por eles carregada.

Ele não aprendeu o amor,
Nem o respeito e a dignidade,
Por atitudes sujas
Era construída sua realidade.

Ele carregava o ódio
Recebido em casa,
E despejava na escola,
Em pessoas inocentes.

Em outros adolescentes
Que ele não imaginava
Que também estavam há enfrentar
O próprio inferno particular.

Ele sentia-se injustiçado
Enquanto cometia injustiças,
Enquanto zombava sentindo-se superior,
Enquanto ria causando dor.

A semente é plantada,
A semente é colhida,
Num único dia
Seria transformada sua vida.

Um novo garoto surgiu no colégio,
E foi logo recebido pelo rei,
Que lhe deu suas leis,
E tentou humilhá-lo.

Porém, o garoto era pior,
De uma fúria impossível de calcular,
Entrou em luta corporal com o rei,
E arrancou sua mandíbula do lugar.

Deixou ele inconsciente no chão,
Coberto com o próprio sangue,
Os bajuladores sem reação,
Alguns correram para a direção.

O rei estava acabado,
Diante de todos humilhado,
Destruído estava seu legado,
Para o hospital foi levado.

Os dias passaram,
Ele nunca mais apareceu,
Os alunos finalmente tiveram paz,
Os dias de humilhação esqueceram, eles morreram
No passado se perderam.

...

Poemas e Poesias - Volume 02Onde histórias criam vida. Descubra agora