Violência, iniquidade, eloquência
Fervilhava em sua mente,
O seu bordão era:
"Não existe ser-humano inocente".Um homem ambicioso,
Profundamente sábio e louco,
Seu poder era mítico,
Adorado, glorificado, honrado
Conhecido como deus político.Conquistava as pessoas
Com suas palavras contagiantes,
E suas roupas elegantes.Ele derrotava seus inimigos
Em todo e qualquer debate,
Sempre uma vitória,
Nunca uma derrota,
Nem ao menos um empate.Não tinha escrúpulos
Para conquistar o que desejava,
Mentia, persuadia, enganava
E quando não era possível,
Simplesmente matava.Ninguém podia apontar
Os erros seus,
Pois sua voz na terra
Era como a voz de Deus.Os seguidores dele o apontavam
Como um salvador,
Um herói que tiraria a pátria
Do profundo torpor."Eu não sou um populista
Ou líder carismático,
Sou a encarnação dos anseios do povo,
Sou a concretização de um mundo novo".E todo mundo acreditou,
O mundo para o topo o levou,
E a nação toda nele votou,
E o seu maior desejo se concretizou.As palavras o levaram ao poder,
Convenceram crentes e ateus,
O transformaram num imponente deus.Mas agora palavras apenas não bastavam,
Os dias passavam
E seus projetos simplesmente fracassavam.Inicialmente o povo foi paciente,
Arrancar aquela pátria da lama
Era uma tarefa árdua
Até mesmo para alguém competente.Mas o tempo passou
E sua magia não floresceu,
E a confiança da grande nação
O deus político perdeu.Uma crise explodiu,
O povo se revoltou,
Suas palavras não o salvaram,
E a mesma nação que o adorou
Foi aquela que o matou.E o seu epitáfio
Alguém do povo escreveu:"Aqui jaz
Aquele que tornou-se um deus,
Mas o povo
Era composto por ateus".
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Poemas e Poesias - Volume 02
PoesiaContinuação de Poemas e Poesias - Volume 01. Espero que gostem.