Delirante Lúcido

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Eu não sou um albatroz,
Eu não sou uma ave dourada,
Eu sou um corvo,
Sobrevoando sobre meu próprio corpo,
Meu corpo morto.

Eu sou um louco
Consumido pela lucidez,
Eu vou chorar
E me ferir mais uma vez.

Eu sou pai dos ratos,
Sou da espécie dos gatos,
Eu sou a estrada de terra,
O carro atravessando a serra.

Meus ouvidos estão sujos,
Confuso o meu entendimento,
Não fazem sentido as minhas palavras,
E por tudo eu lamento.

Bela donzela, eu desisto
Pecado, não resisto
Tristeza, eu insisto
Perdoe-me Jesus Cristo.

Minha coroa é de vergonha,
Minha alma ainda sonha,
Os ecos ainda ecoam no ar,
Eu não quero mais lembrar.

Eu sinto o vazio
E todas as suas expressões,
Eu sou o inimigo ferido
Pelas balas dos canhões.

O silêncio está presente,
Ele canta sem parar,
A angústia está presente
Ela deseja abraçar.

O vampiro aqui mora,
Pelo sangue não implora,
Ele morde-me a qualquer hora,
Disse que nunca vai embora.

Bela donzela, eu desisto
Pecado, não resisto
Tristeza, eu insisto
Perdoe-me Jesus Cristo.

Poemas e Poesias - Volume 02Onde histórias criam vida. Descubra agora