CAPÍTULO 3 "DE VOLTA ÀS ORIGENS"

57 7 46
                                    

Finalmente estava em casa. Ainda havia chegado ontem.

Muita gente demonstrou sua preocupação comigo, inclusive, Cristian, Fernanda e Maria. Menos ele, o rei. Meu pai não disse uma palavra para mim, o que achei muito estranho.

Esperava que ele esfregasse na minha cara, como sempre esteve certo. Ou, que ao menos, eu recebesse algum tipo de punição: confiscar minhas coisas, ou me deixar o dia todo no quarto, como ele já fez antes.

Porém, como o conheço bem, se ele não disse nada ontem, porque deve ter algo muito grande para dizer.

Agora, estou a caminho de seu escritório. Recentemente estive aqui, a última vez ele queria marcar um encontro com a família de Franco. O que me irritou bastante.

Neste momento, desejo seriamente que não seja para falar de casamento, outra vez.

Quando entro no escritório, posso observá-lo muito bem, o rei está sentado à minha espera.

Seu olhar hoje está indecifrável. Não faço ideia do que ele deseja.

Ele gesticula com a mão para que eu me sente a seu lado.

Meu pai é direto em seus assuntos.

- Você tem noção de quão preocupado eu estava? - ele me olha bem sério. Também não cedo, faço uma expressão tão zangada quanto a dele - você tem responsabilidades, como pôde nos deixar tão preocupados?

Que hipocrisia! Se me lembro bem, ele mesmo disse que eu poderia ir embora. Além disso, por que deixar para reclamar só agora? Não é nada surpreendente para mim, não esperava nada além, vindo dele.

Porém, não quero discutir. Já estou cansada demais para isso.

- Por favor, meu pai. Não vamos reviver isso novamente. Já chega! - suplico, tentando não arrumar mais confusão.

- Você tem razão. Eu me precipitei um pouco, não te chamei aqui para discutir - ele admite, pensativo.

Eu tenho razão? - pergunto assustada. Meu pai nunca me dá razão em nada.

- Na verdade; eu queria lhe pedir desculpas - ele me olha envergonhado - cometi um erro, não deveria ter falado daquela forma, por mais maravilhoso que eu pareça, nem eu sou perfeito.

Percebo ser muito difícil para ele pedir desculpas. Meu pai é uma pessoa muito orgulhosa. Deve ter custado muito esforço dele, para chegar ao ponto de se desculpar.

Mas o que está acontecendo? Nunca imaginei que ouviria essas palavras em vida. Parece até um sonho. Alguém deve tê-lo aconselhado, não parece de seu feitio.

Até daria um abraço nele agora, contudo, ainda não somos próximos o suficiente.

Ao invés disso, digo.

- Todos nós cometemos erros, papai. Eu também não sou perfeita - espero que sirva de consolo.

Isso é o bastante para o clima de paz se restaurar entre nós.

- Tenho uma última coisa para lhe perguntar.

Antes que ele possa terminar de falar, Maria chega no escritório. Ela parece muito assustada.

Não faço ideia do que possa ser, mas sei que pelo seu olhar, não é nada bom.

- O que foi, Maria? - Pergunto curiosa.

- Vocês não viram no jornal? O monstro está atacando novamente.

O mostro. Quase havia me esquecido. Há meses um mistério vem assolando a capital de nosso país. Crianças e adolescentes sendo mortas pela tal criatura.

A Próxima Rainha Onde histórias criam vida. Descubra agora