Sempre fui muito empática com aqueles que foram traídos em seus relacionamentos.
Ser uma pessoa atenciosa era viver assim: doando a quem precisasse um ombro amigo para chorar, em qualquer hora, em qualquer dia. Meu namorado dizia que eu era inocente por fazer isso. Eu agia de forma compreensiva, mesmo não sabendo nem um terço da dor que eles sentiam.
Mas isso foi antes...
Antes do meu namorado me trair.
No trabalho, em uma Institução de ensino técnico profissionalizante onde sou coordenadora-pedagoga, meus colegas me fizeram perguntas do tipo “como vai seu namorado?”, “Tem tanto tempo que não vemos vocês juntos”, ou então “fiquei sabendo que ele quebrou o braço durante uma partida de futebol, como ele está?”.
A verdade é que eu não sabia como ele estava, nem onde estava, muito menos com quem estava. Mas eu desejava de todo o coração que aquele salafrário estivesse pior que eu. Muito pior só pela vergonha que me fez passar, mas nada tão grave assim pois sei que é errado desejar o mal pro próximo.
Mesmo que esse próximo seja um traidor que não vale nem um cocô de cachorro no canto da calçada onde anda.
Henrique não era tão inteligente quanto um instrutor de Logística com bacharelado deveria ser, afinal, ele sequer se importou em tentar evitar que a traição fosse descoberta.
Eu tinha cara de palhaça? Por que eu deveria ter. Se não tinha antes, agora eu tenho. Sou uma palhaçada chifruda.
Todo mundo viu. Literalmente todo mundo que estava trabalhando naquele dia... Incluindo aquele supervisor chato que veio da sede da capital, o qual vivia pegando no meu pé por pura falta do que fazer.
Eu não sei por que isso aconteceu comigo, mas já que aconteceu a única coisa que posso fazer é me levantar.
Ou pelo menos tentar.
🍀
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𝐒𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫 𝐞 𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫𝐚 𝐚𝐳𝐚𝐫
RomanceAngelina e Ricardo não se suportam. Para piorar, cada vez se encontram um desastre diferente acontece. Trabalhando juntos no polo da REP-Mg (Rede de Ensino Profissionalizante de Minas Gerais) de Nova Lima, fica complicado manter a distância, uma vez...