🍀 Capítulo 02

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SEIS DIAS ATRÁS

Consegui rastrear o entregador, o carro estava parado na estrada. Demorou horas até finalmente chegar.

Apesar dessa demora nada foi prejudicado, ou seja, Ricardo tinha surtado atoa.

Me questionei mentalmente se ele era capaz mesmo de enviar a “Proposta anti-café em ambiente de trabalho”. Isso me incomodava porque eu era uma pessoa movida a café, viciada em café que vivia gastando dinheiro em cafeterias superfaturadas.

Beber tanto café durante o dia não parece uma atitude muito saudável da minha parte, eu sei. Eu já era uma pessoa ligada nos 220v, do tipo que faz várias coisas ao mesmo tempo. Mas o café me dava uma energia diferente, ele me deixava de bom humor.

Algumas pessoas chamam isso de superstição, mas eu acho que beber um bom café de manhã era algo que realmente fazia nosso dia melhor. Eu via os efeitos disso, então arrastava meu café da manhã para vários momentos do meu dia.

Às seis da tarde, já em casa, eu assistia as reprises do Toma lá, dá cá, meu programa de comédia favorito, rindo que nem uma doida toda vez que a Bozena começava com as histórias de Pato Branco.

Pego meu celular que estava jogado ao meu lado no sofá e olho o aplicativo de mensagens. Nenhuma de Henrique. A última vez que tínhamos nos falado foi a três horas atrás quando me disse que precisava sair do serviço mais cedo para resolver uma emergência.

Ele parecia apressado e nem consegui perguntar se ele estava bem ou se tinha acontecido algo com alguém próximo dele.

— Será que vou incomodá-lo? — Me perguntei.

“Como você está?” Digito e envio. Desliguei o aparelho e virei a tela para baixo.

Horas depois meu celular vibrou, eu preparava o jantar. O liguei rapidamente e me deparo com mensagens de Olívia.

“O que você acha?”  Ela perguntou e em seguida mandou fotos de dois vestidos de alcinha. Um verde escuro e o outro vermelho. Pensei. A julgar pelo seu tom de pele e seus cabelos vermelhos alaranjados, o verde parecia cair melhor.

“Verde”.

“É sempre bom contar com seu bom gosto”  Mandou de volta.

Saí da conversa e fui até o contato de Henrique. Ele não tinha respondido e nem visualizado minha mensagem.

Preocupada, liguei. Três vezes. E em todas as vezes a ligação caiu. Eu poderia ir até a casa dele, mas não fazia ideia se iria encontrá-lo lá, mesmo já sendo nove horas da noite. Respirei fundo, tomei um banho e fui dormir.

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𝐒𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫 𝐞 𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐫𝐚 𝐚𝐳𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora