Já imaginou um livro narrado pela vilã?
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Não era assim nos primórdios da Criação, mas com o tempo a sociedade foi dividida entre os seres da Luz, os iluminados, e os seres das Sombras, os sombrios, e hoje está em crise graças a uma revolução rebe...
Camila e eu continuamos conversando no meu quarto. Demonstrei ser de confiança, claro, depois de imprensa-la contra a parede, mas eu sabia que ela ainda omitia muitas coisas. Ivy nos trouxe um pouco de chá gelado com biscoitos.
– Eu não sei qual é o seu envolvimento com Lucas, mas eu preciso ganhar essa competição.
Engasguei.
– Não temos nenhum envolvimento. Eu fui arrastada para essa competição para acalmar os SEUS companheiros.
– E deu certo, você é uma boa representante, pobre, inocente e indefesa. Apesar de tudo, eu sou muito nobre para o papel.
Bufei, como alguém conseguia me humilhar com tanta facilidade e classe?
– Irei te ajudar. – falei.
– Vai ajudar a causa? – ela arqueou as sobrancelhas.
– Não, não. Não quero envolvimento com isso. Vou te ajudar a se tornar a escolhida, em troca quero que Leozinho esteja e se mantenha seguro e nunca mais o peçam para se arriscar. Ele é só uma criança.
Camila deu um sorriso de lado e jurou por seu povo com a mão direita sobre o coração. Agora eu tinha mais uma tarefa e mais uma pessoa para trair.
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Depois do último acontecimento todos estavam em alerta, a eleição estava próxima de terminar, mas ele ainda não havia decidido nada, na verdade, nem sei se queria decidir. Assim, terminariam nossas saídas para os jardins ou a biblioteca nos fins de tarde.
– Eu não gostaria de ter a princesa do fogo como inimiga – falei enquanto arrancava as pétalas de uma margarida distraidamente.
– Está sugerindo que eu a escolha? – ele perguntou e dei de ombros – E quanto a você?
Meu coração errou as batidas e fiquei sem resposta até me lembrar o que poderia acontecer se ele me escolhesse.
– Não estou interessada – falei e pude ver a desconfiança brotando em seu olhar – pelo menos não na coroa, só em quem a usa – completei.
Lucas deu um sorriso, o mesmo que iluminava meus pesadelos desde quando Leozinho se foi.
– Mas você precisa se decidir independente do que sinta por mim, isso poderia amenizar conflitos e manter aliados.
Ele suspirou e colocou as mãos no bolso.
– Os rebeldes adorariam te ter como rainha – ele disse.
– Seu pai nunca concordaria. Você ganharia o apoio dos rebeldes e seria visto como traidor e perderia um reino. O seu futuro reino.
Ele me olhou orgulhoso.
– E ainda entende de política.
Fiz biquinho e cruzei os braços.
– Na verdade não entendo, mas estou tendo ótimas aulas com Levi – falei.
