Capítulo 3

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Matthew Belmonte

- Dois meses antes -

Meu celular toca acordando Sophia e eu.

— Quem é a essa hora, amor? - resmunga sonolenta.

Pego o celular e vejo o nome de Mary no identificador de chamadas. Silêncio rápido para Sophia não ver.

Levanto e saio do quarto, atendo o celular quando toca novamente.

— Enlouqueceu? Isso é hora de você me ligar? Minha esposa podia ter visto!

— Oh, que peninha da sua esposa! - debocha. - Eu liguei porque você prometeu que viria dormir aqui hoje, e até agora você não apareceu.

Reviro os olhos.

— Tive que ficar em casa hoje, tivemos visita e eles foram embora tarde. Eu não podia simplesmente dizer que ia voltar para o trabalho tarde da noite.

— Amor! - Ouço a voz sonolenta de Sophia me chamando.

— Eu preciso ir, amanhã conversamos.

Desligo o celular antes que ela tenha a oportunidade de falar alguma coisa. Estou voltando para o quarto quando me deparo com Sophia em pé na porta.

— Onde você vai? - pergunto.

— Estava indo atrás de você, você sumiu. Quem era no celular?

Sophia sempre foi desconfiada, mas ultimamente está de parabéns.

— Foi engano. Vem, vamos dormir.

Pego sua mão e a levo de volta para a cama. Quando deitamos, ela me abraça e eu retribuo. Eu não sei o que fazer com isso, não posso continuar com essa situação.

Eu amo a minha esposa, mas ultimamente ela tem andado distante, se está me abraçando agora é um verdadeiro milagre. Depois que perdemos quatro filhos, ela chora o tempo todo, não quer mais sair e sempre inventa desculpa para não dormir comigo.

Eu comecei a dormir com minha secretária a alguns meses, ela me viu cabisbaixo na minha sala e se ajoelhou para me fazer relaxar - se é que me entendem - eu deixei, errei, fui fraco. Mas estava com tesão e minha esposa não queria mais dormir comigo.

Depois que cheguei em casa naquela noite, me senti sujo, tomei um banho prolongado tentando tirar a sensação da boca de outra mulher em mim. Quando me deitei ao lado de Sophia, quis beija-la e esquecer o erro que cometi, mas ela estava dormindo - ou foi isso que pensei - lhe dei vários beijos no pescoço e quis me enterrar dentro dela. Mas a mesma simplesmente virou e disse:

- Me deixa, hoje não Matthew. - E voltou a dormir.

Depois daquele dia me entreguei nos braços de Mary para me aliviar.

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