𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟸𝟶

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Com o fim da reunião, todas as cortes foram dispensadas. Apesar de ter ficado uns bons minutos sendo abordada pelos outros, Hyacinth enfim conseguiu um tempo de paz.

Aquela reunião fora exaustiva, a necessidade de calcular cada palavra que ela ou sua corte dizia a deixou cansanda, principalmente, porque fizeram um grande uso a habilidade de deamati para se comunicar com outros.

Não era algo fácil de controlar, principalmente sem um professor adequado. Axca era quem lhe ensinava, mas ela não era uma, então, não tinha uma real precisão de até onde ia esse poder.

Ainda faltava algumas horas para o baile, Helion deixou os salões do palácio livre para ser explorado, como sempre fazia.

Alguns membros da corte Primaveril preferiram retornar aos quartos e descansar para a noite.

•••


Caminhando por um corredor cercado de quadros, Magnólia parou em frente a um.

O retrato mostrava uma mulher de pele negro, vestida em trajes de rainha com uma bela coroa em sua cabeça. A mulher era idêntica a Magnólia, excerto pelo tom de pele.

Pareciam ser a cópia quase perfeita uma ds outra.

Magnólia cerrou os pulso enquanto fitava aquele retrato. Sem perceber, Helion na já estava ao seu lado.

— Como ela está?‐ Ele perguntou sem encarar a fêmea demasiada baixa ao seu lado.

— Morta.– Magnólia respondeu com frieza.

Helion ficou pálido com a declaração e encarou a fêmea a seu lado.

— Eu ... sinto muito.– sua voz quase não saiu.

— Não sinta. Ela não foi uma boa mãe para você, e nem para mim.– A voz de Magnólia soava com tanto rancor.

Helion se questionou o motivo de tanto ódio.

Skyla, senhora da Corte Diurna.

Era o que estava gravado na moldura do quadro. A mãe de Helion, a odiosa que traiu sua corte e tentou matar a própria família.

Exilada da Diurna, buscou abrigo na Primaveril. Isso era tudo que  Helion sabia desde que ela fora embora.

Ao lado dele, uma fêmea jovem e quase idêntica a sua mãe. Uma fêmea que parecia nutrir o mesmo ódio que ele.

Magnólia virou-se para ele.

Mesmo sendo bem mais baixa, ela tinha aquele olhar de severidade que fazia qualquer um parecer menor e insignificante. Até nisso eram parecidas.

— Queria ter te conhecido em outras circunstâncias. Irmã.– Disse ele.

— Não me chame assim. Apenas aquelas que vivem comigo, em minha corte, podem usufruir de tal palavra.‐ De novo aquele ódio.

Ela o odiava?

— Com licença, Grão-Senhor.‐ Ela fez uma breve reverência e deixou aquele corredor.

Helion estava tonto e quase nauseado com aquele encontro. Não era assim que  ele esperava conhecê-la, mas assim foi.

Não poderia imaginar uma conversa pior.

𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐏𝐫𝐢𝐦𝐚𝐯𝐞𝐫𝐢𝐥 | ᴬ ᴾʳⁱⁿᶜᵉˢᵃ ᵈᵃˢ ᶠˡᵒʳᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora