" As vezes odeio cada palavra idiota que você diz, às vezes quero esbofetear tua cara."
— True Love, P!nk feat Lily Allen_________________________________
—O banheiro fica no final do corredor, se for usar o vaso sanitário, dê descarga duas vezes. - parou de andar e encarou-a seriamente.— E sério, dê descarga duas vezes.
— Já entendi – A brasileira fez uma careta quando a mulher não estava olhando.
Carol estava seguindo a dona do bar, que também era um hotel, pelo estreito corredor do segundo piso em direção ao lugar onde ela passaria a noite; a de cabelos negros ia na frente e carregava a mala de grife, se perguntando o que havia dentro para torná-la tão pesada daquele jeito. Abriu a última porta do corredor, acendeu a luz e colocou a mala num canto, logo se virando para ir embora, não estava com muita paciência para lidar com aquela brasileira meio americana impertinente.
— Eu vi um cardápio na recepção. - a morena de olhos claros disse antes que ela se afastasse.
— Estamos fechados. - deu um sorriso sem mostrar os dentes.
— Fechados, imaginei. - suspirou — Mas dada a famosa hospitalidade, e generosidade irlandesa eu pensei que talvez...
Se encostou no batente da porta e encarou Carol, percebendo que ela não a deixaria em paz até que lhe arrumasse algo para comer.
— Vou fazer um sanduíche de presunto. - informou e saiu andando.
— Espera, mas que tipo de presunto? - Carol bufou ao notar que ela não voltaria para responder. — Que mulher arrogante, meu Deus!
Entrou no quarto minúsculo e fechou a porta, o lugar não tinha nada além de uma cama de solteiro, um armário de duas portas, uma cômoda e papéis de parede floridos horrendos. Pôs a bolsa sobre o colchão e abriu-a para pegar o carregador do celular, procurando alguma tomada disponível que pudesse ser usada; achou uma na parede atrás da cama e fez uma força enorme para arrastar o móvel pesado, que bateu no armário e o fez tombar para frente, derrubando milhares de coisas em cima da cama.
Quando Carol desencaixou a tomada que já estava lá e a substituiu pelo carregador do celular, literalmente saltaram faíscas por todo o lado e o quarto ficou em um escuro total.
Com o susto, a morena tropeçou na mala e bateu as costas na prateleira que ficava em cima da cômoda, derrubando os objetos estrondosamente. Ouvindo os barulhos e no meio de um apagão, a irlandesa saiu da cozinha pisando duro e subiu a escada que dava para o pavimento superior com o maxilar retesado.
Ela abriu a porta do quarto um tanto quanto brutamente, ficando ainda mais irritada ao ver um objeto nas mãos da brasileira , que deu um pulo no lugar com sua chegada repentina, estava tentando ver o que tinha no porta - retrato mas a escuridão não permitia, apenas conseguiu ver a dona do bar.
— O que você acha que está fazendo? — pegou o porta-retrato.— Me dê isso, é pessoal.
Carol sentiu o prato com o sanduíche de presunto sendo empurrado contra si sem nenhuma delicadeza e seu rosto assumiu uma expressão indignada.
— Sua tomada fritou o meu blackberry!
— E você fritou a vila inteira, idiota.- esbravejou, o sotaque irlandês ainda mais acentuado.— E isso vai custar mais caro
Saiu do lugar tão raivosa quanto um cão acorrentado, aquela mulher era um desastre ambulante e ainda havia feito o favor de acabar com a eletricidade de toda Dingle. Mas, se ela achava que as coisas não poderiam piorar, estava muito enganada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Casa Comigo?
FanficMais um ano se passa e Carol continua solteira. A jovem decide ir atrás do namorado na Irlanda e pedi-lo em casamento no dia 29 de fevereiro. Segundo a tradição irlandesa, o homem é obrigado a aceitar o pedido feito nesse dia.