Catherina e Richard acreditavam não ter nada em comum, a não ser a situação importuna em que ambos se encontravam em suas respectivas carreiras. A sorte que tinham eram seus agentes, que tiveram a ideia perfeita: juntar os dois maiores nomes dos res...
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❝ — Nina, aproveitou sua folga para apreciar o brasileirão?
— você sabe por que estou aqui.❞
SÃO PAULO, BRASIL segunda-feira 9h43
Richard rebatia frustrado e isso me deixava ainda mais animada, especialmente quando eu jogava mais forte e escutava ele resmungar reclamando.
Eu fingia que não escutava, mas ele não fazia questão de falar mais alto para que eu ouvisse.
Não tudo.
Ele achou que eu não iria aceitar sua proposta de me ajudar no treino, tanto que ficou muito surpreso quando eu disse sim para sua proposta. Richard achou que eu estava tirando onda com a sua cara, mas eu de fato falava de verdade.
A ideia foi dele, para começo de conversa.
Para minha surpresa, ele não reclamou com a ideia, pareceu até gostar, mas enquanto eu treinava, ele reclamava de uma coisa ou de outra de vez em quando.
A melhor parte é que ele apenas abria a boca para fazer perguntas importantes, e não para me encher o saco.
Eu não jogava direto, claro que não. Primeiro porque não teria como com Richard, ele é muito ruim no tênis, e segundo, eu precisava paraticar mais minhas recepções e meu controle, o que, por mais que ele fosse péssimo com a raquete, ele sabia dar um jeito com arremessos fortes.
Eu achava graça quando ele se surpreendia com a força do meu ataque, e por isso algumas vezes provocava inocentemente ao mirar a bola em seu rosto.
Pedia desculpas, mas não eram verdadeiras.
Richard não pareceu notar, mas seria inocente da sua parte não perceber que era eu o provocando.
Fazia mais de uma hora que estávamos treinando, e quando eu rebatia última bola, com minha total força, eu me surpreendi com ele a pegando na mão com tranquilidade.
— Ok, está na hora de dar uma pausa — ele falou.
Respirei fundo, então notando o peso que eu sentia em meu peito, e quanto ar me faltava.
Parei no lugar e foquei na respiração, tentando acalmar meu coração.
Richard me encarava curioso, me analisando, e então me jogou a garrafa de água que ele havia pegado. Agradeci com um aceno de cabeça e bebi a água aos poucos.
— Foi uma hora e meia de treino — apontou. — Não deveria te cansar tanto assim — disse.
Não estava me provocando, ele estava apenas analisando.
Eu poderia facilmente devolver com uma provocação ou ser rude, mas eu decidi me segurar, já que ele não havia feito isso por primeiro.
Não precisamos disso, vai. Já somos adultos.
— É por causa da grama — apontei. — Ela é mais alta, mais mole, Me cansa mais.
Richard concordou.
— Eu imaginei — apontou, então sentando em um dos banquinhos que havia aqui fora.
Ficamos em silêncio, eu terminando minha água e Richard me esperando.
— Ok, acho que por hoje é isso — falei. — Não há muito o que fazer.
