uma linha tênue

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❝ — você viu quem estava no jogo de hoje, malcom? bem na arquibancada do rubro-negro? era Nina Riva! outra vez prestigiando o irmão!

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❝ — você viu quem estava no jogo de hoje, malcom? bem na arquibancada do rubro-negro? era Nina Riva! outra vez prestigiando o irmão!

— será que veio só pelo irmão?

[risada maliciosa]

— não acho, malcom. mas até agora não vi ela usando nenhuma vez a camisa do verdão. será que vem aí?

— ah, com certeza! em algum momento tem que vir. será essa a confirmação que vamos ter?❞

RIO DE JANEIRO, BRASIL
quinta-feira, 11h35
 

Eu me sentia ótima enquanto treinava de volta com Marco, apesar de estar chovendo. A chuva não era tão forte, por isso permanecemos nos pingos leves.

Os jogos não são interrompidos com chuva, não quando elas não são tão fortes, portanto, é bom treinar nessas condições pra saber qual meu limite, quais são os precauções e alguns truques de movimentos, especialmente porque a grama fica mais deslizante.

Era ótimo estar de volta.

— Último saque! — Marco me avisou, então sacando a bola pra mim.

O rally foi longo, e eu quem terminei com um ataque certeiro que Marco não conseguiu defender.

Sorri contente com minha vitória, o que fez ele rir fraco e balançar a cabeça negativamente.

— Você é impossível!

Ri alto, então concordando.

Enquanto saía da chuva, olhei meu relógio para checar meus batimentos.

Estavam normais, como sempre. Nada diferente como na casa de Richard.

— Nina, o que há? — ouvi ele pedir.

— Nada — dei de ombros. — Só checando meus batimentos.

— Só checando seus batimentos e encarando eles preocupada assim como ontem? — apontou.

Eu não respondi nada.

— O que houve, Cate?

— Treinei no gramado de Richard no começo da semana. Fiquei muito mais cansada e muito mais rápido também. Sei que é por conta da grama, mas sei lá, bom verificar.

Marco concordou.

— Nina, seu fôlego estava normal. Você manteve o mesmo ritmo de sempre, se não ainda melhor!

O encarei sem demonstrar nenhum sentimento, fosse satisfação — porque eu estava muito satisfeita por saber disso —, felicidade ou infelicidade.

— Bom.

Marco balançou a cabeça negativamente, caminhando até meu lado e recolhendo minha raquete.

— É ótimo, Nina! Você está em ótima forma e se não estou errado, na melhor fase de sua carreira!

— Você sempre diz isso — dei de ombros, socando alguns equipamentos dentro da bolsa.

Não estava com muita paciência para organiza-los bonitinhos como sempre.

— Porque você sempre está no seu melhor! É impressionante, Nina! Você fica mais velha, mas seu rendimento não cai! É claro que ele vai vir em algum momento, mas pelo que me parece, está longe de chegar!

Não respondi, porque eu não concordo.

Estou envelhecendo e, tudo bem, não cheguei nos trinta ainda, mas estou quase lá, e isso me assusta.

Não quero parar, quero continuar com meu ritmo e não quero que meu corpo fique cansado ou que se acostume com o fácil.

— Nina, não se cobre tanto, não é necessário. Você já chegou lá! — disse sereno.

— Jonah está chegando lá — falei. — Jonah é nova, muito mais nova que eu, e está chegando lá — apontei.

— Aos poucos. Nina, ela não está nem perto de você, é só checar os dados. Sim, ela é talentosa, ela é uma excelente tenista, mas tem muito o que aprender. E Cate, se você que tem vinte e quatro, quase vinte e cinco, treina tanto a ponto de envelhecer e ficar ainda melhor, Jonah é quem precisa se preocupar!

Eu não sabia o que responder e apesar de ter gostado de todo o discurso, eu ainda me preocupo.

— Relaxe um pouco, Nina. Relaxe. Aproveite essa festa e relaxe, se divirta!

Revirei os olhos fechando o zíper da bolsa.

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