capitulo 5

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São Paulo on.

Eu deci da torre com um aperto no peito, mesmo estando morto eu ainda sinto meu peito doendo.

Fui pro meu quarto que fica embaixo da torre e Fechei a porta.

Peguei o véu da minha cabeça e o taquei longo, olhei pro buquê na minha mão e sentei na cama.

-as rosas são amor eterno- arranquei uma flor do buquê e joguei- os lírios a doçura do amor- arranquei mais uma- e a chuva de prata- até jogar o buquê longe, começei a fungar pelo choro.

-porque tá tão triste- ouvi uma voz atrás de mim e era o Paraná saindo de dentro do caixão- a ultima vez que te vi assim foi quando você morreu- falou tirando um pouco de teia da cara.

-eu estou triste porque acho que ele tem razão, somos diferentes demais- falei abaixando a cabeça pra olhar pro chão.

-eu acho que ele precisa liberar a cabeça- ouvi outras voz e era o Tocantins que tava atrás da cama- eu consigo fazer isso.

Olhei pros dois pensando porque eles estão no meu quarto.

-eu acho que ele deve ficar com ela,"a senhorita vivinha"- falei sarcástico e bravo- com suas bochechas rosas, e o coração pulsando sem parar.

-pessoas assim você encontra facil, você tem muito mais do que elas, você tem...aah você tem- Paraná falou olhando pro Tocantins pra ver se ele pensava em alguma coisa.

-você tem...uma personalidade maravilhoso  são Paulo- Tocantins terminou a frase do Paraná.

-isso mesmo você é maravilhoso sampa, ele que tá perdendo um sorriso como o seu- Paraná falou tentando amenizar a situação.

-o que ele tá perdendo, ele tá ganhando uma menina que tem os pulmões funcionando- olhei pra ele com mais tristezas nos olhos.

-aah o que um par de pulmões pode fazer, aposto que ela nem toca piano como você- Tocantins falou.

-aposto também que ela nem dança e nem canta- o Paraná falou abrindo um mini sorriso.

-o que ela pode fazer de interessante pra agradar ele- falou o Tocantins.

-ela pode dar filhos pra ele- falei.

-aff, filhos você também pode dar, é só adotarem, e aposto que ela nem vai dar prazer que nem você pode dar- o Paraná falou com um sorriso de malandro no rosto.

-acho que ele nem sonha em ter algo comigo, eu só sou puro osso- falei colocando a mão na minha barriga- se ele me ver sem roupa vai se assustar, da pra ver meus órgãos mortos dentro de mim.

Foi deitar na minha cama e comecei a chorar de novo, o Paraná e o Tocantins se olharam e deram um suspiro de derrota e de tristeza e sairam do quarto.

Fiquei ali sozinho de novo, como sempre fiquei des que morri, talvez eu tenha nascido pra ficar sozinho por toda eternidade.

São Paulo off.

Espírito santo on.

-eu tô te falando mãe, o rio está casado com um homem morto ele veio aqui e eu vi tudo- falei muito nervosa.

-espera ele esteve aqui no seu quarto- minha mãe falou surpresa.

-sim mãe- falei.

-isso é um escândalo- minha mãe falou brava.

-mãe temos que ajudar ele- falei nervosa.

-ai minha querida quer que eu faça um chá pra você, está tremendo eu trago um coberto também- minha acompanhante falou segurando minha mão.

SÃO PAULO (O NOIVO CADÁVER) Onde histórias criam vida. Descubra agora