Apocalypse | Wenclair

03

03 - Um possível recomeço.

Desperto mais cedo que o habitual, após me arrumar e descer as escadas, encontro minha mãe preparando o café da manhã, ao me ver ela parece surpresa novamente.

- Acordou cedo.

- Sim..

- Ótimo! Sente-se, eu fiz seu favorito. -Mamãe empurra um prato de panquecas em minha direção. - Coma tudo! Você sempre acorda tarde, e não tem tempo de comer. Não sei como consegue sobreviver a manhã toda assim.

Solto uma risada nasal.

- Obrigada, mãe.

Ela me olha em silêncio por alguns segundos e então sorri.

- Não precisa agradecer, querida..

Como em silêncio observando-a na cozinha, de vez em quando meu olhar ia para a televisão na sala, mamãe sempre ligava algo para ter alguma voz de fundo enquanto cozinhava, o rádio havia quebrado há uns dias, então a televisão sería a substituta por um tempo.

Estava passando uma reportagem, as primeiras notícias do dia, eu peguei o assunto na metade então estava meio confusa do que exatamente era o que o repórter estava comentando.

- Uma nova doença descoberta já deixou vários internados. Os médicos estão tentando descobrir a causa e os sintomas, seria um vírus ou uma infecção?

Nova doença? Será que entraremos em uma pandemia?..

- Alguns dos sintomas podem ser de ferimentos infeccionados e irritação na pele, um forte odor também é bem comum entre os pacientes, assim como surtos psicóticos e alucinações. Cientistas tentam descobrir se essa doença é altamente transmissível e como se prevenir contra.

- Que horror.. espero que não seja nada grave.. -Minha atenção volta até minha mãe ao escutá-la, percebo que agora ela está ao meu lado enquanto olha para a tv, uma mão sobre o peito e a outra apoiada em sua cintura.

- Oh, não deve ser nada.. não se preocupem com isso. -Escuto a voz de meu pai.

Ele se aproxima de nós, deixa um beijo na testa de minha mãe.

- Já estou indo, tenho uma reunião importante hoje, preciso me preparar.

- Mas você nem ao menos tomou café! -Mamãe argumenta.

- Eu como algo no escritório. -Dá de ombros.

Papai me encara em silêncio por alguns segundos.

- Bom dia.. me desculpe por ontem, ok? Podemos conversar melhor mas tarde? Sem pressão.. -Ele sorri.

Assinto.

- Sim.. acho que seria bom.

- Bom.. -Ele também deixa um beijo em minha testa. - Amo vocês, até mas tarde. -Diz segundos antes de sair pela porta.

Pugsley em fim desce as escadas, ele encara-me do pé da escada, sei que para ele era estranho me ver ali tão cedo.

Sorrio levemente para ele.

Eu me sentia culpada pelo que aconteceu na noite passada, sei que fui rude, e.. espero concertar isso.

Pugs me ignora e anda até o balcão estendo-se para pegar as panquecas feitas para ele, antes de andar até a geladeira para pegar uma caixa de leite.

Claro que ele não queria falar comigo..

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Como de costume, paro em frente a minha antiga escola, assim que estaciono Pugsley tenta abrir a porta.