Capítulo 9

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ANAHÍ

—Só um pouquinho! —Melissa empurra o copo plástico vermelho na minha direção. —É Halloween, e estamos em uma festa da faculdade. Pare de ser uma desmancha-prazeres deprimente!

Já fazem duas semanas desde que Alfonso e eu concordamos em cortar relações, e não parece que o meu coração está mais perto de se curar. Semana passada, em um momento de fraqueza, liguei para ele, e acabei chorando no celular, e Alfonso se desculpou repetidamente, implorando para que eu não chorasse. Ele até sugeriu que voltássemos, mesmo nós dois sabendo que isso não ajudaria em nada. Nosso problema continua sendo o mesmo. Ele está a onze horas de distância, e não fazemos ideia se, ou quando, estaremos na mesma cidade outra vez.

Fui tola ao achar que poderíamos ir de namorados a amigos de novo. Não importa que o término não tenha sido culpa de ninguém. Mesmo sabendo que só terminamos por conta da distância, não muda o quanto tudo dói.

Prometi a mim mesma que, não importa o que aconteça, não vou ligar para ele até que eu consiga fazer isso sem chorar. Alfonso precisa focar no beisebol, e não vai conseguir se eu continuar distraindo-o com o meu coração partido.

—É, ela tem razão — Rick grita acima da música, que ressoa nas paredes da casa, trazendo-me de volta ao presente. Arrancando a bebida da mão de Melissa, ele toma um golinho e oferece o copo a mim. —Viva um pouco, Anahí.

—Posso viver sem beber —argumento, balançando a cabeça.

—Sim, mas a sua vida não vai ser tão divertida quanto a nossa. —Angela dá uma piscadela, pegando o outro copo que Melissa segurava e entornando o líquido. —Seu coração está partido. E entendo você querer ser forte, mas não tem problema se soltar. Afogue as mágoas em um copo de vodca e se permita esquecer por um tempinho.

—É, isso mesmo — Melissa reforça, tirando o copo de Rick e empurrando-o na minha direção.

—Tá. —Aceito o copo e tomo um gole grande. O álcool é forte e queima a minha garganta.

Todo mundo festeja quando eu esvazio o copo e o largo na mesa.

—A esquecer! — Angela grita.

—A esquecer! —todo mundo grita em resposta, virando os copos.

—Agora, vamos dançar! —Angela segura a minha mão e me puxa para o meio da sala de estar, onde permanecemos e passamos não sei quantas horas dançando, bebendo e rindo.

Melissa mantém o meu copo cheio, mas não o bebo tão rápido quanto o primeiro, já que não quero ficar bêbada. É maravilhoso me soltar e esquecer do meu coração machucado por um tempinho, mas isso não significa que preciso tomar um porre como Melissa faz em todas as festas.

—Ei, Anahí, vem dançar comigo — Rick pede, afastando-me de Angela e me puxando para os seus braços. — Está se divertindo? —O corpo dele se esfrega no meu, e sinto algo delicioso. Depois de tanto tempo desconectada de alguém, sentindo falta absurda de Alfonso e de como nos beijávamos, nos tocávamos e fazíamos amor, estou faminta por essa conexão.

—Estou —digo a ele, permitindo que me puxe mais para perto. Seu joelho afasta as minhas coxas, e Rick roça em mim. Por um breve momento, finjo que é Alfonso abrindo as minhas pernas, esfregando-se em mim. Meu corpo todo se arrepia ao pensar nisso. Estou tão excitada. Faz meses desde que estive com Alfonso, e é bom fingir, mesmo que doa me lembrar disso quando eu estiver sóbria. Fechando os olhos, deslizo as mãos de cima a baixo no peito dele. Rick não é tão duro nem musculoso quanto Alfonso, mas finjo que é. Permitindo-me me perder na música e no toque dele, eu finjo.

Consequences - Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora