Capítulo 16

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ANAHÍ

A curta viagem de quinze minutos é tempo suficiente para que a minha mente e o meu coração analisem todas as emoções possíveis que estou sentindo com o fato de Alfonso ser o homem do meu encontro arranjado. Mas, também, continuo revisitando a noção do quanto senti saudade dele. O jeito como ele ri das minhas trapalhadas e acha isso fofo, em vez de irritante. Como ele pode apenas me tocar e fazer o meu corpo todo pegar fogo.

Passei esses anos sem ele, mas, com um beijo, estou me segurando para não arrancar as roupas e reexplorar cada centímetro do seu corpo.

Alfonso disse que queria ir embora do restaurante, mas não disse o porquê. Talvez quisesse apenas conversar e colocar o papo em dia. Isso faria sentindo...Mas ele também me beijou, então talvez quisesse algo a mais. Se tivessem me perguntado, em algum momento, se havia passado pela minha cabeça que o meu encontro de hoje terminaria em sexo, eu teria rido. Mas meu encontro não foi com qualquer pessoa.

Foi com Alfonso Herrera.

O único homem que realmente amei na vida. O homem para quem entreguei o meu coração e nunca o recuperei, mesmo quando parti os nossos corações no dia em que disse a Alfonso que nunca mais poderíamos ficar juntos.

Se eu acredito que transar vai nos levar a ter algum relacionamento? Não. Sou uma mulher de trinta anos. Sei como essas coisas funcionam. Sei como homens tipo o Alfonso funcionam. Posso não ter muita experiência, mas não sou burra. Ele não é mais o doce garoto de dezoito anos que conheci. Ele teve uma vida parecida com a dos ricaços e famosos. Vi modelos da Victoria's Secret em seus braços, atrizes deslumbrantes que ele acompanhou em premiações. Vi a linda mulher que nos abordou hoje no restaurante, querendo tirar uma foto com ele. Alfonso não apenas jogava beisebol. Ele foi eleito o melhor jogador do ano diversas vezes seguidas e estava listado como um dos atletas mais bem pagos da atualidade. Ele venceu a porcaria da Liga Mundial.

Mas, para mim, ele é apenas o Alfonso. O garoto que amei e perdi. É aí que o dilema está. Posso ficar com Alfonso da mesma maneira que ele ficou com todas aquelas outras mulheres ―sem nenhum compromisso? Não. Porque nunca deixei de amá-lo. Mas até parece que vou perder a oportunidade de tê-lo na minha cama porque estou com medo de o meu coração ser irreparavelmente partido. Sou a razão pela qual terminamos. Eu pisei na bola, não ele. Por anos, sonhei como seria estarmos juntos outra vez. Fazer amor com ele. Ser segurada pelos seus braços fortes e reconfortantes de novo.

Todos os dias, coloco as minhas crianças em primeiro lugar. Do que elas precisam? O que querem? O que as faz se sentirem felizes, amadas e seguras? Mas, hoje, pela primeira vez na minha vida adulta, não penso em mais ninguém, senão em mim. O que eu quero? Do que preciso? O que vai me fazer feliz? E, para todas as perguntas, a resposta é a mesma: Alfonso, Alfonso e Alfonso.

E isso me diz tudo que preciso saber. Eu o quero, e se ele também quiser, aproveitarei esta noite pelo que ela é: mais uma, e talvez a última chance de ficar com o homem que nunca saiu da minha mente. Talvez isso dê em algo, talvez não. Não importa. Vou aproveitar até onde a noite nos levar.

Estacionamos na frente da minha garagem, e Alfonso desliga o carro. Saímos e caminhamos, em silêncio, até a porta da frente.

Tomando as chaves dele, destranco a porta e a abro.

A maçaneta mal termina de ser fechada quando Alfonso avança. Suas mãos agarram a minha bunda, e ele me ergue contra a madeira dura da porta.

—Pensei nisso quase todos os dias desde a última vez que tive você na minha cama. Me diga que também quer. — Ele fala, seus olhos me encarando. —Me diga que você também me quer.

Consequences - Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora