Capítulo 10

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Duca

Peguei minha arma colocando na cintura e parti a mil pra boca. Um bagulho que não me desce de forma nenhuma é covardia, ainda mais com alguém que não tem um terço da sua força.

Se alguém tá no erro tem que ser cobrado sim, mas bater na menina atoa o tempo todo porra. Esse cara só tem merda na cabeça.

Entrei na salinha dele, que tava conversando com o Rato como se nada tivesse acontecido.

Duca: tu vai parar com essa porra, tá me escutando? vai parar de bater naquela menina sem motivo seu pau no cu
Fera: se não você vai fazer o quê?
Duca: eu vou entregar tua cabeça pra facção Fera, ou tu acha que é só isso de errado que tá acontecendo na favela? acha que eu não percebi que tu tá desviando o lucro do Alemão? que as anotações do Rato tão tudo errada? - Eles se encararam, depois voltaram a atenção a mim. - quer saber o que vai acontecer quando o Marcão descobrir que tu tá passando a perna nele? quer pagar pra ver Fera?
Rato: não é nada disso que você tá pensando Duca, você acha que nós faríamos isso com a facção?
Duca: cala a boca baba ovo do caralho, meu papo não é contigo não
Fera: foi pra isso que você voltou Duca? tá planejando tomar meu lugar?
Duca: to aqui porque eu sou tão cria do Alemão quanto você, a nossa diferença é que comigo é o crime, com você é covardia e falsidade
Fera: Melina é minha mulher, ela sabe o que quer pra vida dela e é ficar comigo, vai lá pergunta pra ela, faz o teste
Duca: ninguém quer tá perto de você Fera
Fera: tá doído porque eu faço com a Melina o mesmo que eu fazia com sua mãezinha? - Falou em tom de sarcasmo.
Duca: o que eu tinha pra falar, já falei
Rato: foi uma ameaça?
Duca: um aviso

Saí da sala sentindo a raiva me possuir e as lembranças da minha mãe tomarem minha mente.

Filho da puta do caralho. Não posso perder o controle pra não sair da minha razão.

Já sei de tudo que eles estão fazendo, roubando pra caralho da facção. Mas eu sei exatamente onde encontrar o Marcão.

[...]

Passei o resto do dia na atividade, não vi o Ronald em nenhum momento, também não cruzei mais com o Fera pra minha sorte.

Entrei em casa percebendo o silêncio. Fui caminhando pro quarto, mas parei quando vi a porta do quarto do casal aberta e a Melina dormindo ali.

Me aproximei dela, tirei o cabelo que tava espalhado pelo seu rosto e ela foi abrindo o olho devagar.

Duca: não queria te acordar
Melina: tudo bem
Duca: tá melhor?
Melina: sim, mas acho que já tá na hora de tomar outro remédio, pega um copo de água pra mim? - Confirmei com a cabeça e saí do quarto.

Enchi um copo de água na cozinha e voltei pra onde estava entregando na mão dela, que tomou junto com um comprimido.

Melina: obrigada
Duca: dei um jeito no Fera, ele vai ficar quieto, pelo menos por um tempo
Melina: o que você fez Duca? eu te pedi pra não se envolver com meus problemas
Duca: eu não vou deixar esse cara se criar pela favela como se aqui não tivesse lei só porque ele é o frente do bagulho
Melina: você tá comprando uma briga que não é sua
Duca: passou a ser Melina, agora descansa parece que você ainda tá sentindo dor
Melina: um pouco, mas tá tudo bem
Duca: boa noite
Melina: obrigada - Falou dando um sorriso fraco e eu assenti com a cabeça.

Saí do quarto indo direto pro banheiro, to precisando mesmo de um banho. Tirei o celular do bolso vendo a sequência de mensagens.

Whatsapp on

< Ronald

Ronald: Cailane pediu teu número e eu passei (Áudio)
Eu: tu tá merecendo uma surra de madeira molhada pau no cu do caralho (Áudio)

< +55 21 xxxx-xxxx

+55 21 xxxx-xxxx: fala meu gato
vamo se ve hj?

Whatsapp off

Bloqueei o celular sem responder, ela tá precisando é frequentar a escola. Isso que dá se envolver com criança. Filho da puta sou eu que fiz essa merda, se arrependimento matasse eu tava fudido.

Tomei banho suave, me enrolei na toalha, peguei o celular em cima da pia e saí do banheiro.

Ronald: irmãozinho - Olhei pra sala vendo ele caminhar na minha direção.
Duca: to nem com paciência pra tu
Ronald: só porque eu dei seu número pra gostosa da Cailane?

Dei um tapa no pescoço dele e puxei pro meu quarto.

Duca: tá maluco? fala baixo caralho, se a Melina escuta?
Ronald: dá em quê? - Ele deu risada. - ata, entendi, não quer que ela saiba né
Duca: é só pra não atrapalhar o sono dela
Ronald: sei
Duca: o que você quer?
Ronald: beber
Duca: tenho compromisso
Ronald: posso ir?
Duca: não
Ronald: vai transar né safado?
Duca: tá se olhando no espelho Ronald? eu tenho mais coisa pra fazer além disso e você vai ficar em casa hoje
Ronald: nem morto
Duca: então vai ficar morto mesmo, vai ficar pra garantir que ela não vai sentir nada
Ronald: e por que não fica tu?
Duca: tenho compromisso, já falei
Ronald: pobre só se fode mesmo
Duca: sai que eu vou vestir a roupa
Ronald: otário - Falou saindo.

Peguei uma calça preta e uma blusa da mesma cor, vesti e calcei um sapato da nike. Coloquei minha corrente de ouro, rolex no pulso e passei perfume.

Saí do quarto colocando a pistola na cintura e celular no bolso. Passei pelo Ronald que tava jogado no sofá assistindo televisão de cara feia.

Ronald: vai curtir mesmo, enquanto eu fico em casa

Neguei com a cabeça e saí sem dar importância. Entrei no meu carro e dei partida pra casa de luxo do Marcão. Ele é dono de várias pelo RJ, é por onde ele lava dinheiro.

Depois de 40 minutos dirigindo, estacionei na entrada principal da casa. Desci do carro, cheguei na porta e os seguranças perguntaram meu nome e todo processo que tem pra entrar.

Xxx: então você é o filho do Fera?
Duca: é, ele diz que é meu pai
Xxx: pode entrar

Entrei no lugar, observando as mulheres seminuas andarem de um lado pro outro sensualizando. Aqui é o paraíso do Ronald.

Xxx: boa noite - Uma ruiva falou se aproximando. - o chefe pediu que você fosse pro lounge
Duca: tenho escolha?
Xxx: você sabe que não 

Ela pegou em minha mão, me guiando para o tal lounge do chefe dela.

Avistei o Marcão assim que a barreira de segurança se desfez, me permitindo entrar no local. Tinha duas mulheres ao lado dele, o mesmo de levantou e abriu os braços dando um sorriso.

Marcão: meu menino prodígio
Duca: tava só esperando tu me achar - Fiz toque com ele.
Marcão: seja bem-vindo ao meu lar

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