Capítulo 4

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Melina

Abri os olhos me mexendo na cama e sentindo que estou sozinha. Ainda bem, não faço questão alguma que o Fera durma em casa.

Ou será que ele passou a noite fora planejando minha morte porque o Duca contou que me viu nua?

Eu sou tão nova pra morrer, não é possível, essas coisas só acontecem comigo.

Levantei da cama e caminhei até a porta na ponta do pé. Quando abri, não vi movimento nenhum pela casa, então voltei a andar normal até a cozinha.

Ronald: acordei em - Saiu do quarto passando a mão no rosto.
Melina: achei que tava todo mundo dormindo
Ronald: ouvi o barulho da porta e vim te atrapalhar
Melina: insuportável com esse cabeção
Ronald: me respeita que su sou trafica
Melina: um passador de droga me pedindo respeito, o mundo tá de cabeça pra baixo mesmo
Ronald: feia
Melina: pode me chamar de tudo, menos de feia, porque eu sou linda

Ronald deu risada e eu levantei o dedo do meio pra ele.

Duca: bom dia - Apareceu na cozinha só de bermuda.

Encarei o corpo moreno meio definido, as tatuagens com todo o destaque e principalmente o volume na bermuda fina.

É nessas horas que eu precisava ter uma amiga, como eu vou chegar no Ronald e dizer que o irmão dele tem um pauzão? Que ódio.

Desviei o olhar rápido e voltei minha atenção a água do café fervendo na minha frente.

Ronald: esse baile hoje vai ser forte em
Duca: nem tomou café ainda já tá pensando em baile?
Ronald: meu entretenimento porra
Duca: sei, chegou que horas ontem?
Ronald: quase meia noite, e o coroa ainda queria ficar, mas saiu de lá com a...

Olhei pra trás vendo ele abaixar aquele cabeção e encarei bem o meliante.

Melina: pode falar Ronald, eu sei muito bem que teu pai deve ter passado a noite com as puta que ele come, como sempre, não muda nada pra mim
Ronald: po Melzinha, foi mal aí

Despejei o café na garrafa térmica e me virei pra sair da cozinha.

Melina: tá pronto
Ronald: tá bolada comigo?
Melina: fica em paz Ronald

Caminhei pra sala e me sentei no sofá.

Sei que o Fera me trai e tenho a plena consciência que isso ocorre sempre, mas quando você tem a certeza o tempo todo dói muito.

Não por eu ainda amar esse homem e sim por não conseguir me livrar desse inferno que eu vivo.

Vi o Duca saindo da cozinha com uma xícara na mão e encarei ele.

Duca: vai pro meu baile hoje?
Melina: provavelmente não

Observei o olhar dele pra as minhas pernas e coloquei uma almofada em cima quando lembrei que estava sem calcinha.

A porta da sala abriu e o Fera passou por ela com a cara mais sinica do mundo.

Fera: qual o papo? - Falou sorridente.
Duca: tava chamando a Melina pro meu baile
Fera: Melina em baile? nunca
Melina: deixa eu ir Fera, por favor, eu juro que me comporto, eu juro, deixa vai
Duca: deixa po, tua mulher, vai negar isso?

Fera me encarou, semicerrou os olhos e negou com a cabeça.

Fera: tu vai Melina, mas qualquer erro tu já sabe
Melina: eu juro que vou me comportar, você nem vai notar que eu to lá
Fera: espero - Falou indo pro quarto.

Voltei a encarar o Duca que passou os olhos por todo meu corpo e deu um sorriso que com certeza eu pegaria esse macho sem pensar suas vezes.

Pena que me encontro nessa situação de merda e só saio dela morta.

Fogo e GasolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora