Capítulo 11

810 62 21
                                        

Duca

Passei o olho pelo lugar, percebendo a quantidade de homem armado e puta.

Marcão: senta aí, você serve um whisky pro meu convidado - Apontou pra uma das mulheres. - pode ser whisky?
Duca: claro
Marcão: vai

A mulher confirmou com a cabeça e saiu andando em direção ao bar, logo depois voltou com um litro de whisky e um copo já com uma dose, me entregando. Tomei um gole e encarei o Marcão.

Marcão: soube da sua mãe Duca, sinto muito, sei bem como é perder nossa coroa
Duca: valeu
Marcão: e o vagabundo do teu pai? tem tempo que não piso no Alemão
Duca: deveria ir mais Marcão - Ele semicerrou os olhos me encarando.
Marcão: sabia que você não tinha vindo aqui atoa Duca, o que você tá querendo dizer com isso?
Duca: um alerta, ficar mais ligado nos seus negócios, nunca se sabe quando alguém vai tentar te passar a perna
Marcão: tu sabe que se tiver levantando falso contra um irmão é bala
Duca: eu só to te dando um alerta
Marcão: eu entendi o recado, vou vigiar mais de perto os negócios no Alemão, tu nunca gostou do teu pai mesmo né moleque?
Duca: não dá nem pra chamar Fera de pai
Marcão: aquele ali nunca me desceu, mas subiu no tráfico por merecimento, nunca tive razão pra desconfiar, até hoje
Duca: olhos abertos sempre
Marcão: vão estar - Ele estendeu o copo e eu estendi o meu brindando.

Ele fez sinal pra alguém e logo uma filha de cinco mulheres se formou na minha frente.

Marcão: hoje você escolhe, por conta da casa - Neguei com a cabeça sorrindo. - não vai me fazer essa desfeita, vai?
Duca: tu é filho da puta mesmo

Encarei as meninas e apontei pra ruiva que veio me dar o recado mais cedo.

Marcão: uma das melhores

Me levantei fazendo toque com ele e saí seguindo a ruiva pela casa de show.

Entramos em um corredor cheio de portas, ela abriu uma me dando visão do quarto arrumado, com luzes vermelhas.

Xxx: qual seu nome?
Duca: Duca e o seu?
Xxx: Lorena

Me sentei na cama e chamei ela com a mão. Ela sentou em uma perna minha e eu passei minha mão pela bunda nua.

Lorena: posso te mostrar o que eu sei fazer de melhor? - A mão dela desceu pro zíper da minha calça.
Duca: fica a vontade

[...]

Estacionei o carro na frente de casa, desci travando e entrei na casa.

Ronald: falso
Duca: logo cedo Ronald?
Ronald: sabia que tu ia transar po
Duca: cala boca cabeçudo
Ronald: agora você tá me devendo uma
Duca: acabou Ronald?
Ronald: sim
Melina: tá com cheiro de perfume feminino importado Duca - Falou parada na porta do quarto.
Ronald: deu minha hora, fui família - Observei o filho da puta sair de casa e encarei a Melina.
Duca: você tá melhor?
Melina: eu to bem, mas parece que você tá muito melhor

Abri a boca pra falar, mas ela tá me encarando com deboche. Apenas caminhei em direção ao quarto e fechei a porta.

Essa mulher vai me enlouquecer papo reto. Tá jogando comigo e eu não suporto jogar.

Filha da puta gostosa.

Me joguei na cama sentindo o corpo finalmente relaxar, duas noites sem dormir já. O corpo pede descanso, mas a mente não para.

Levantei da cama e saí do quarto, vou ocupar a mente trabalhando. Só assim pra essa diaba sair da minha cabeça.

Passei pela sala vendo ela comer algo ali, mas não falei nada, só andei pra rua. Subi na moto e pilotei até a boca principal.

Ronald: já aqui? vai descansar não?
Duca: to precisando me ocupar, vai fazer o que agora?
Ronald: treinar os moleque novo, bora?
Duca: vamo

[...]

Mais um dia de corre louco, final da tarde tava quase caindo de sono, mas fiquei de pé pra terminar o compromisso com o Ronald.

O cabeçudo disse que ia pra uma resenha com os amigos da época de escola. E eu só quero cair na cama.

Saí da boca principal, mas antes de conseguir chegar na moto ouvi um pipoco de tiro, em seguida foguete pra caralho.

Corri pra boca, entrei na sala de arma e peguei uma metralhadora.

O radinho não parava um segundo, os cara falando e gritando pra caralho.

Ouvi a voz do Fera de dentro da salinha e fui até lá encontrando ele sozinho derramando uma carreira de pó.

Fera: tá fazendo o que aqui?
Duca: tão invadindo essa porra e tu tá aqui trancado feito uma puta?
Fera: você acha mesmo que eu vou me arriscar por essa favela? disso aqui eu só quero o lucro
Duca: tu é um filho da puta mesmo né Fera?
Fera: tá aqui ainda por quê? vai trocar tiro, soldadinho de merda

Neguei com a cabeça saindo dali, mas antes tirei uma foto sem que ele percebesse. Eu vou acabar com a vida dele, assim como ele fez com a minha velha.

Desci pelos becos da favela, atirando quando podia, não consegui identificar quem tá invadindo.

Passei pelo latão de lixo vendo um maluco de máscara na cara, todos despreparado.

Duca: ei - Ele olhou rápido. - perdeu vagabundo

Dei dois tiros, um em cada perna e chutei a arma que ele segurava. Peguei o vagabundo pelo pescoço e tirei a máscara, não fazendo ideia de quem seja.

Duca: tá aqui a mando de quem em? fala porra - Sacudi ele.
Xxx: não me mata não po
Duca: responde caralho
Xxx: Jaca po, nós é do Jaca
Duca: por quê?
Xxx: Alemão é terra de ninguém
Duca: vai descobrir da pior forma que aqui é terra de ninguém

Joguei ele no chão e descarreguei mais sete bala na cara.

Ouvi o fluxo de tiro ir diminuindo, até se tornar só a comemoração dos moleque.

Corri pra principal, passando por alguns corpos pelo chão. Procurei ele com olhar e soltei o ar que tava segurando quando encontrei.

Ronald: vencemo porra - Fez toque comigo.
Duca: a primeira
Ronald: qual foi tá maluco?
Duca: tá espalhado aí que Alemão é terra de ninguém Ronald, quanto tempo pro próximo vim?
Ronald: caô
Duca: e de quem tu acha que é a culpa? - Neguei com a cabeça olhando ao redor. - manda queimar os corpos de fora, os daqui avisa a família pra decidirem o que querem fazer
Ronald: beleza

Subi pra casa andando mesmo, tinha cinco homens na frente do portão, mandei ficar só dois, os outros três foram ajudar pelo morro.

Entrei na casa e senti o impacto da Melina pulando em mim.

Melina: ai graças a deus, você tá bem? tá machucado? - Falou enquanto tocava em mim.
Duca: to suave
Melina: e o Ronald? cadê ele?
Duca: não aconteceu nada com o Ronald, ele só tá cuidando das coisas
Melina: meu deus, que benção
Duca: não vai perguntar pelo Fera?
Melina: sério Duca?
Duca: era pra ter morrido
Melina: vou ter que concordar

Ela deu às costas e eu observei o movimento da bunda grande dentro da roupa.

Melina: você quer comer alguma coisa?
Duca: não faz esse tipo de pergunta - Ela sorriu  colocando a mão no rosto.
Melina: to falando sério, você pode tá com fome, eu fiz o jantar
Duca: a comida que eu to com fome, tu não pode me dar Melina - Falei saindo da sala.

Fogo e GasolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora