Zoro não teve nove meses para se preparar para ser pai, ele tinha que decidir o que faria naquele momento e então resolveu viver a maior aventura da sua vida, criar Kuina, sua filha.
Kuina não sabia como se sentiria ao pisar naquela ilha era estranho visitar seu lugar de origem, ao mesmo tempo que sentia que nadas a ligava aquele lugar, algo dentro dela gritava por pertencimento, ela se olhou no espelho e gostou do que viu, seu cabelo estava em um penteado semi-preso e o laço off-white contrastava com o tom negro dos seus cabelos longos que caíam delicadamente por suas costas e colo, a maquiagem leve a deixava com beleza natural e isso era bom já que era belíssima, o vestido verde lhe dama um charme delicado, quase aristocrático, ela era uma princesa, a princesa dos chapéus de palha.
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Assim que ela foi até o convés, percebeu que seu pai a esperava para sair do navio, ele não queria deixa-la sozinha naquela ilha, não a deixou antes e não deixaria agora, mas ele não disse isso a ela.
-Está me esperando? - ela perguntou se aproximando
-É claro - ele sorriu - Como sempre!
-Como assim como sempre?
-Eu sempre te esperei, mas você sempre preferiu sair por aí acompanhada do cozinheiro de bordel.
Ela riu, Zoro amava o som do riso da filha.
-Tá com ciúmes, pai?
-Ciúmes? Ta maluca, garota?
Ainda rindo ela pegou no braço do seu pai e ambos saíram do navio, a ilha estava muito diferente daquele dia em que a garotinha foi largada na areia, conforme caminhavam o coração dos dois ia acelerando, mas nenhum deles falou sobre isso. Assim que eles chegaram no centro da ilha, estava tendo algum tipo de festival.
-Você quer comer alguma coisa? - perguntou Zoro
-Pode ser, pai - a moça disse sorrindo - Eu adoraria!
Os dois foram para a fila de uma barraquinha de oniguiris e ficaram conversando para passar o tempo, aliás, esses dois sempre gostaram de conversar. um sempre amou ouvir o que o outro tem a dizer.
-E como foi quando esteve aqui pela última vez? - ela perguntou ao pai
Os olhos de Zoro percorreram todo o ambiente ao redor, as lembranças daquele dia invadiram sua mente, ele podia citar praticamente todas as mudanças que houveram ali, depois de percorrer todo o ambiente os olhos do espadachim pousaram na sua filha, é não poderia dizer nem por um segundo que odiou aquele dia, pois havia ganhado a maior coisa que já ganhou em sua vida inteira, ganhou sua garotinha.
-Nas palavras certas... Foi assustador. -ele respondeu
-É mesmo? - ela disse rindo
-Eu cheguei de boa e saí com um bebê - ele explicou - Eu não tive nove meses para me preparar para o seu nascimento, eu tive minutos desde o aparecimento da sua mãe até eu ter que te tirar da areia e resolver que seria pai, parecia besteira na época, agora vi que foi a melhor coisa que aconteceu.
-Ai, pai... - ela suspirou - Ninguém imagina o quanto você é incrível.
-Você é a única que merece saber disso - ele disse fazendo um carinho no rosto da filha.
-Zoro? - Uma voz estranha chamou - Kuina, é você?
-Quem é você? - A moça falou séria
-Como você cresceu - ela disse sorrindo - Eu sou a Luna.
-Luna, o que quer aqui? - Zoro disse sério
-Vocês estão na barraquinha de comida da minha amiga, Laki! - ela disse indicando a mulher que entregava oniguiris
Todos olharam na direção da mesma, que quando ouviu o nome sendo mencionado levantou para olhar. Foi quando o mundo da Kuina parou, a mulher era praticamente uma versão um pouco mais velha dela mesma, os mesmos olhos, os mesmos cabelos, o mesmo sorriso, a mulher pareceu desestabilizar ao olha-los, ela não precisou dizer uma palavra para Kuina saber que aquela era a sua mãe. Zoro segurou na mão da filha como se estivesse pronto para pegar a garota e sair correndo a qualquer sinal de perigo, a mulher deixou o atendimento nas mãos do seu ajudante que parecia ser adolescente e foi rapidamente para onde eles estavam.
-Zoro, quanto tempo... - falou a mulher um pouco envergonhada
-Aham - o espadachim falou sério - vende oniguiri agora?
-É... eu vendo - ela disse, mas seu olhar interessado estava na moça atrás do homem
-Você é... - Kuina começou e a mulher interrompeu
-Sua mãe!
-Minha mãe? - ela disse sentindo um leve desconforto
-Sim, Kuina! - Luna disse ficando ao lado da Laki - Essa é a sua mãe.
-Você é a mulher que foi ao navio quando eu era criança? - Kuina perguntou para a ruiva
-Sim, sou eu mesma! - ela disse sorrindo - Que bom que está aqui, que bom que voltou para casa.
-Como é? - Zoro falou irritado
-Casa? - Kuina disse levemente brava - Desde quando esse lugar é a minha casa? E você não é a minha mãe, senhora.
-Kuina, entenda - a mulher disse olhando a moça - Eu era muito jovem e estava com medo e vergonha.
-Não quero saber! - Kuina disse ficando vermelha de raiva - Não fale comigo, você não tem esse direito!
-Kuina, por favor deixa eu explicar...
-Fica longe - Zoro disse sério e a ameaça estava clara no seu tom de voz
A mulher ficou parada exatamente onde estava.
-Pai, eu vou sair daqui - Kuina disse séria - Para que comer algo desse lugar se eu sou uma chefe e posso cozinhar?
-Vamos, filha! - Zoro disse pegando na mão da moça e começando a andar
-Zoro, temos que conversar - Luna chamou
-Acabo com quem se aproximar! - o homem disse sem olhar para trás
Enquanto caminhavam para longe dali, Kuina só conseguia pensar "eu não esperava que fosse tão rápido"
