Capítulo 1 : Obrigações

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Acabo de completar 18 anos

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Acabo de completar 18 anos. Moro com meus pais, Regina e Paulo, e meu irmão Eduardo, que é cinco anos mais velho, em uma fazenda, no interior de Minas Gerais, uma cidadezinha rural chamada Rio Sereno.

  Meu pai sempre foi um homem do campo, e é com o coração e o suor dele que sobrevivemos da plantação e venda de café da Fazenda Sol Poente. Nosso pedaço do céu, como ele diz.
Graças a Deus vivemos bem, mesmo não sendo milionários sempre tivemos tudo o que queríamos.

    Minha mãe, por outro lado, é bem diferente. Uma mulher elegante,  adora joias e coisas luxuosas. Se tivesse que descrevê-la como um pecado, com toda certeza seria soberba.

"Vamos, menina, seu pai já está te procurando!" Dona Ana me apressa, e eu respondo tranquilamente enquanto coloco um vestido rosa claro levinho para o jantar.
  Ana é nossa governanta, prefiro chama-la assim do que de empregada. Simplesmente porque a adoro; ela como uma mãe para mim. 
  "Mas menina, o que tanto arruma nesse teu quarto?" Ana grita invadindo. Dou um pulo da penteadeira, pego minha fita de cabelo para ajeitá-lo num rabo de cavalo.
"Estou pronta! Estou indo, estou indo!" Eu respondo assustada, enquanto passo por ela igual um furacão.
"Onde está minha princesinha? Ana!? Onde ela está!" Ouço a voz que mais amo neste mundo inteiro.
"Já vai, seu Paulo, ela já vai!" responde Ana.
"Paizinho!" Eu grito enquanto me jogo na poltrona de seu escritório onde ele está. Meu pai me abraça, e posso sentir o cheiro do campo em seus poucos cabelos grisalhos.
 
Ele me conta como foi o dia no campo, sobre como está a colheita e os poucos animais que a fazenda possui. Papai nunca gostou de contar seus problemas, então diz que está tudo bem. Mas eu já sei que, depois do incêndio criminoso que aconteceu a  alguns meses atrás nas plantações, estamos enfrentando problemas financeiros, para não dizer falindo. Coisa da qual  minha mãe faz questão de me lembrar.

Estava quase uma hora com meu pai no escritório, imersa em conversas sobre os negócios da fazenda, até que Ana nos avisou que o jantar estava pronto.
 
Ao chegarmos à sala de jantar, minha mãe e Eduardo já estavam nos esperando.
"Boa noite, meu pai querido!" exclamou Eduardo de maneira cínica.
"Boa noite, Eduardo. Onde esteve o dia todo? Vagabundeando, imagino!" repreendeu meu pai.
"Paulo!" interveio minha mãe, levando as mãos às têmporas com uma expressão de desgosto, uma cena que se repetia sempre que falavam de Eduardo.
Antes que a discussão esquentasse, Ana entrou para nos chamar para a mesa. Passei a mão em seus cabelos enrolados enquanto nos dirigíamos à sala de jantar abraçadas, ignorando o olhar reprovador de minha mãe.

Quando sentamos à enorme mesa de 16 lugares, a campainha tocou. E Minha mãe decidiu atender pessoalmente, informando que convidara Rodrigo para jantar conosco.
"Por mim, não vejo problemas. Gosto do menino!" disse meu pai. Enquanto o brilho de meu rosto desaparecia.

Rodrigo Almeida era o tipo de rapaz que fazia qualquer garota querer estar com ele. Filho de Carlos Almeida o prefeito da cidade,  Rodrigo era um verdadeiro rapaz moderno. Com cabelos e olhos escuros, pele impecavelmente pálida, o tipo de pessoa que você não podia deixar de notar.

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