Capítulo 19: É a vez dos Peões.

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⤷ Rodrigo Almeida

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Rodrigo Almeida.

Eu a vejo entrar no provador, radiante em seu momento de noiva feliz. Mal sabe ela que esse brilho será ofuscado logo. Carolina me deixou para trás, trocando-me por um maldito peão.

Mas antes, preciso encontrar uma maneira de ficarmos a sós.
Meus olhos vagam pela loja até fixarem-se em um alarme de incêndio ao canto. É como se uma lâmpada se acendesse na minha cabeça, iluminando o caminho perfeito para o meu plano.

Aguardo o momento perfeito para acionar o alarme. O som estridente preenche o ambiente, provocando pânico e caos.
As pessoas começam a correr, deixando a loja vazia rapidamente.
Eu, com os olhos cravados no provador, observo com satisfação enquanto todos se dispersam.

Carolina não tem para onde fugir.

Antes de entrar, afrouxo o cinto, sentindo uma onda de adrenalina. Seu reflexo no espelho me atrai, despertando a minha fúria e desejo. Lembro-me de cada momento, cada centavo que gastei por ela, e como gastaria novamente.

Ignoro as lágrimas que escorrem pelo rosto de Carolina enquanto avanço, dominado pelo tesão crescente. Ela implora para que eu a solte, mas suas súplicas apenas alimentam meu desejo.

Vou tomar o que é meu por direito.

Mas quando ela confessa, com uma voz trêmula, que já se deitou com aquele peão miserável, uma raiva selvagem me consome. Sem pensar, defiro o primeiro de muitos tapas em seu rosto. Fui enganado por quase um ano e, em menos de sete dias, ela trepa com outro. As mulheres Ribeiro são todas iguais: vagabundas.

Mas agora, pouco me importa sua pureza.

Carolina deixou de lutar, percebendo que nada poderia me deter. As lágrimas continuam a cair, em silêncio, pelo rosto de quem um dia se fez de inocente.

— Boa menina... — sussurro em seu ouvido, com a voz baixa e cruel, enquanto puxo sua calcinha e me preparo para penetra-la.

Esperei muito por isso.



UM POUCO ANTES.

  ⤷  José Ricardo

Olho para o Rolex dourado no meu pulso e penso que já é hora de buscar as moças. Engato a marcha e dirijo em direção à loja de noivas mas próxima de onde as deixei.

— Acho que Carol vai gostar das alianças. — diz João, ajeitando o chapéu de palha.

— Carolina. — corrijo seco, cortando a intimidade que ele tenta forçar com minha mulher.

— Uai, homem! Acha que vou roubar sua mulher, sô? Nem se eu quisesse, Carolina tá gamadinha em você. — responde indignado. — Isso é síndrome de cornos, isso sim.

As palavras dele caem como uma tempestade, me fazendo questionar se aquela moça poderia realmente se apaixonar por alguém como eu. Um pé rapado que virou milionário do dia pra noite. Mas afasto os pensamentos quando noto um movimento que faz meu sangue gelar.

— João.

— Num é porque você é cor... — ele tenta continuar, mas meu grito o interrompe, fazendo-o perceber a gravidade da situação.

EM FRENTE A LOJA DE VESTIDOS

Giro o volante com força, fazendo a caminhonete derrapar pela rua estreita. Saio do carro apressado, meu olhar varrendo a multidão que parece ter se materializado do nada.

— Onde diabos ela está!?

Então, ouço os gritos estridentes de Laura, desesperada, se debatendo enquanto um segurança tenta contê-la.
— Me solte! Minha amiga está lá !

— Solte a moça! — berra João, tentando afastar o segurança.

O ruído do alarme de incêndio soa como um porrete em minha cabeça, seguro Laura pelos ombros com força e rosno desesperado. — Onde ela está, menina?

— Lá dentro, eles não me deixaram ir! — ela grita desesperada com lágrimas nos olhos.

Merda, merda, merda.

Me aproximo da porta de vidro, pronto para entrar, mas não vejo nem sinal de fumaça. Se não há fumaça, não há fogo. E se não há fogo... — Desgraçado! — murmuro, imaginando o pior dos cenários.

Empurro a porta de vidro, que está trancada, e antes que o segurança possa dizer algo, meto o soco, fazendo-a estilhaçar no chão.

— Põe na conta — digo, olhando para as moças uniformizadas com um olhar de aço.

Me movo como um furacão, caçando por todos os cantos, enquanto grito o nome dela.

— Porra, Carolina! Onde você está?

Então ouço um ruído vindo dos provadores. Vou em direção ao som, enlouquecido, e a cena me atinge como um abate. Aquele filho da puta estava em cima da minha mulher, nua, forçando-a como se ela fosse um animal.
Meu sangue ferve. O mundo ao redor some. Só existe eu, ele, e a raiva que explode dentro de mim.

Puxo ele de cima dela e aquele merdinha me olha com um sorriso debochado.
— Tão boa como se fosse a primeira vez.

— E vai ser a última! — é a última coisa que digo antes de desferir uma série de socos no rosto dele.

O homem tenta se defender, mas é como se eu estivesse batendo numa garotinha. Mesmo no chão, continuo chutando suas bolas, gritando palavras que nem sabia que conhecia.

Minhas mãos estão em carne viva, cobertas pelo sangue daquele animal desacordado, mas algo em mim não me deixa parar. Quero matá-lo.

Antes que eu possa continuar, João e outros dois homens me seguram.
— Pare, homem! — grita João.

— Me soltem, seus imbecis! Me deixem matá-lo! — grito, com minhas entranhas queimando, enquanto tento me soltar.

Só dou por mim quando meus olhos encontram Carolina, encolhida no canto, com uma expressão tão vazia quanto minha alma. Vejo Laura acariciando seus cabelos, tentando motivá-la.

Me solto e vou até ela, com o corpo fervendo de raiva. Ergo sua cabeça, segurando-a pelo queixo com firmeza.
— Você quis? — rosno, a amargura queimando minha garganta.

Sei que Carolina não queria, seu rosto e as manchas no corpo gritam isso, mas o ciúme me cega. — Porque se você disser que sim, eu mato você e mato ele — digo, minha voz transbordando ódio.

Ela abaixa a cabeça, sinalizando um não, enquanto seca as lágrimas.
— Ele entrou em você? — pergunto de novo, com a voz tremendo de fúria. Ela permanece em silêncio, me enlouquecendo.

— Carolina, ele entrou em você?! — grito, e tudo o que escuto são seus soluços, uma resposta clara demais.

Isso significa que vou mandar mais uma alma infeliz pro inferno.

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