Capítulo 18: Jogo de Damas.

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❝  Carolina

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❝  Carolina

Ele mantinha os olhos fixos na estrada, e eu não conseguia desviar os meus dele.
Se eu pudesse voltar no tempo, sabendo tudo que sei, teria te dito naquela noite que eu ficaria com você.

Mas por que, você teve que me comprar?

— Está tudo bem? — ele perguntou, me arrancando dos pensamentos que me atormentavam.

— Sim. — respondi, com a cabeça baixa.

O trajeto foi marcado por um silêncio sufocante, que gritava mais do que qualquer palavra.
Não sei quem está pior: eu, que não consigo articular uma palavra sequer ao meu próprio marido, ou Laura, que está no banco de trás, muda e imóvel como uma estátua.

Quando avisto a praça do centro da cidade, as lembranças me atingem, violentamente, e parece que faz anos desde a última vez que estive aqui..
Cada quilômetro percorrido é um peso a mais no meu coração.
A cidade, a praça, as pessoas — tudo parece me sufocar.

A única coisa que sinto é o desejo desesperado de escapar, de ser livre novamente. Mas a realidade me prende, José Ricardo me prende.

— Quer que eu deixe vocês em algum lugar? — a voz dele soou fria, indiferente, enquanto mantinha os olhos na estrada.

— Não irá conosco? — questionei, tentando esconder a ansiedade na minha voz.

— Encontro vocês mais tarde, vou passar na boate. — respondeu, e meu coração apertou ao pensar nele com prostitutas.

— Hm... certo. — murmurei. — Pode nos deixar aqui.

CENTRO DE RIO SERENO.

Desci da caminhonete com Laura, nossos passos ecoando no silêncio. Esperei até que ele partisse, sentindo uma liberdade amarga.

— Mais um pouco e eu faria xixi nas saias de tão nervosa. — Laura disse, e finalmente consegui rir, uma risada curta.

— João estava tão nervoso quanto você. — respondi, tentando aliviar o clima.

Mas Laura não percebia o que estava bem diante dos olhos dela: João gostava dela.
— Vem, vamos comprar seu vestido de noiva! — disse animada

Sugeri tomarmos um sorvete antes, mas ela me olhou desconfiada.
— Carolina, sua festa é amanhã. Além do mais, você já é casada com ele. Evitar o vestido não resolverá. — ela disse, sua voz firme.

— Eu sei... — tentei desviar o olhar. — Mas amanhã será real.

— Está com medo de ser mais real do que você gostaria que fosse, não é? — Laura sabia exatamente o que eu sentia, e não precisei responder.

O medo me consumia. Estava apavorada com a ideia de que isso tudo fosse mais real para mim do que para ele, que eu fosse apenas uma posse, mais um de seus animais. As palavras de Laura ecoavam na minha mente, mas eu não conseguia afastar o pavor.

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