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Fiquei apenas deitado por uma 30 minutos, o Shoto nem se moveu nesse tempo.

Comecei a sentir ele se mexer devagar, ele deu uma pequeno aperto na minha cintura e respirou fundo e logo foi relaxando.

Ele abriu os olhos, me encarou e demorou uns 5 segundos para ele raciocinar e se afastar de mim e isso acabou com ele no chão.

Ele se levantou rápido e olhou para mim.

- me desculpa, acabei dormindo ontem - ele falou e logo olhou para meus aparelhos - e me desculpe também por você ter ficado com o aparelho a noite toda.

- tudo bem, eu fiquei porque eu quis - me levantei e olhei para ele também - você está melhor?

- sim, me desculpa de novo.

- para de pedir desculpas porra - falei irritado.

- eu tenho muitos pesadelos e as vezes eu nem durmo, mas acho que você me acalmou depois que dormir não sonhei com mais nada - ele respirou fundo de novo - obrigado katsuki.

- tudo bem, vamos nos arrumar para ir fazer compras, eu vou tomar banho primeiro - fui pegar uma roupa e minha toalha, aproveitei e já deixei alguns produtos de cabelo no banheiro também.

Terminamos de nos arrumar e saímos do quarto e acabamos esbarrando com kirishima e Denki.

- bom dia todobro, bom dia bakubro - ele falou bem animado.

- bom dia gente - Denki falou.

- bom dia meninos - Shoto falou e eu apenas acenei com a cabeça.

- vão sair? - Denki perguntou.

- vamos fazer compras pro quarto - shoto respondeu.

Se fosse eu respondendo falaria que não é da conta dele.

Começamos a andar e eles também, provavelmente vão sair também.

- estão indo em um encontro? - Shoto perguntou e eu olhei para eles.

Eles me olharam como se pensassem que eu iria julgar eles.

- s-sim - Denki falou meio que com medo da minha reação, já que não tirava os olhos de mim.

- por que você está me encarando? - perguntei irritado.

- achei que talvez você não fosse gostar da minha resposta.

- e por que eu iria me meter na sua relação?

- é que fosse tem um jeitão tão másculo que achamos que você talvez não gostasse de pessoas assim - kirishima falou.

Parei de andar e eles pararam também e me encararam.

- vocês estavam achando que eu sou homofóbico?

- achamos - Denki e kirishima falaram juntos.

Shoto apenas me encarava.

- eu não sou homofóbico, eu nem gosto de mulher - falei no automático e logo me arrependo.

Coloquei a mão no meu rosto e respirei fundo e olhei para eles.

Os três me olharam surpresos e Shoto deu um sorrisinho pequeno mas eu percebi já que estava olhando para ele.

- não falem para ninguém, não sou assumido, acabei falando no automático - comecei a andar e eles me seguiram.

- então bakubro você namora? - kirishima se aproximou andando do meu lado esquerdo junto de Denki e Shoto estava do meu lado direito.

- não, eu não tenho nem amigos direito quem dirá um namorado.

- talvez você arrume um esse ano na nossa escola - Denki falou e sorriu.

- não sei, bem difícil.

- por que difícil? - Shoto perguntou.

- eu sou cheio de problemas, tanto físico quanto em personalidade, ninguém quer um relacionamento assim - falei de novo sem pensar, merda.

- isso não é verdade, se for assim eu também nunca vou arrumar alguém - shoto falou.

- iiih nem começa papo depressivo não, você é alto, bonito, tem uma personalidade tolerável, e parece ser carente, tem seus defeitos mais nada que alguém não possa aturar, então lógico que você vai encontrar alguém - eu tenho que aprender a guardar minha língua.

Olhei para o meu lado esquerdo e os dois estavam me olhando com um sorrisinho no rosto.

- merda, vocês entenderam o que eu quis dizer porra.

- sim entendi, obrigado pelos elogios katsuki - ele falou e sorriu para mim.

Chegamos no portão da escola e os meninos foram para o outro lado e nós fomos para o mercado.

Chegamos no mercado e Shoto foi buscar o carrinho.

- vamos ver - peguei uma lista do bolso e sinto os olhos do bicolor em mim.

- quando você fez essa lista?

- hoje de madrugada.

Acho que ficamos uns 40 minutos no mercado e depois a gente foi pra casa.

- eu faço a comida como a gente combinou e você lava as coisas, tá bom?

- ok.

Comecei a fazer as coisas e ele ficou sentado no balcão.

- quer conversar sobre hoje de madrugada?

Ele ficou em silêncio por um tempinho mas começou a falar.

- eu tenho uns pesadelos, as vezes é com minha mãe outras vezes com meu pai e algumas vezes são só medos acumulados na minha mente - olhei para trás e ele estava com a cabeça baixa olhando para as mãos.

- você vê algo acontecendo com eles?

- olha katsuki eu só contei essa história para o Izuku e para mais ninguém, então se eu te contar não conte para mais ninguém.

- tudo bem, você pode confiar.

- meus pais tiveram um casamento arranjado, e meu pai queria um filho para assumir a empresa dele, mas nenhum dos filhos dele queriam isso, dês de pequenos, a gente nunca quis isso e ele não gostou disso então ele descontava na nossa mãe, ela acabou ficando doente da cabeça e em um de seus surtos ela jogou água quente no meu rosto - assim que ele falou isso eu me virei para ele e desliguei o fogão, ele colocou a mão por cima do olho e fechou os olhos - ela falou que meu lado esquerdo é muito parecido com ele e que ela tinha medo disso, meu pai internou ela e quando ela teve alta ela voltou para casa; Meu pai já bateu muito na gente, hoje em dia ele está melhor de verdade, ele pediu perdão para todos nós, nós perdoamos ele, mas minha mente ainda trás essas lembranças pra mim e isso me assusta muita.

Me coloquei entre suas pernas e o abracei e passei minhas mãos nas costas dele para acalmá-lo.

Ele me abraçou de volta e chorou, um pouco mais do que durante a noite.

Eu não sou o tipo de pessoa que gosta de contado físico mas não consigo vê-lo chorar, me dar uma dor no peito e meu cérebro agi sozinho.

- olha, eu não sou muito bom com palavras e a gente não se conhece nem a uma semana mas saiba que você pode contar comigo sempre que precisar, e vamos dizer que você é o único que tem o privilégio de estar assim comigo - ele deu uma risada meio embolada com choro e me apertou um pouco mais.

- obrigado de verdade katsuki.

- de nada - me afastei e limpei o rosto dele que estava cheio de lágrimas - vou terminar isso aqui para nós podermos comer.

Voltei a fazer a comida e ficamos conversando coisas aleatórias.

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Gente essa história vai ser bem mais calma, não vai ter quase treta nenhuma vai ser na maior paz.

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