Mais uma vez o sinal bateu, mas dessa vez significa que a aula acabou.
Guardei meu material e me levantei e assim que eu ia virar tomei um pequeno susto com o bicolor me olhando.
— que foi?
— vamos juntos, já que vamos dividir o quarto — ele falou e começou a andar.
E eu apenas segui ele.
— me desculpa por falar que sou seu namorado, é que ele é super irritante e acabei falando sem pensar — ele falou calmo e sério.
— tudo bem, até que foi legal ver aquele merda irritado — falei com um sorriso no rosto — e não liga para o que ele falou do seu rosto, ele só é um babaca qualquer que não merece atenção.
— eu já tô acostumado com as pessoas falar do meu rosto, então eu não ligo.
— você devia era meter a porrada em geral que falar essas merda, bando de lixos — cruzei meus braços na altura do peito.
Depois de uns minutinhos andando chegamos no quarto e entramos.
— na cozinha já tem comida, a escola da um dinheiro todo mês para nós mesmos fazer compras e aqui a gente tem que se virar sozinho — ele falou se sentando na cama dele — e amanhã é dia de compra, você pode ver um horário que você queira ir e nós vamos.
— ok, eu vou tirar o aparelho um pouco está começando a me incomodar.
— tudo bem, eu vou ficar aqui qualquer coisa só falar — ele se deitou e pegou o celular.
Eu tirei os aparelhos e desliguei e como sempre um silêncio enorme me consumiu, é como se eu estivesse caído em um buraco escuro e sozinho.
Respirei fundo e coloquei o aparelho na caixinha e coloquei em cima da mesa onde fica o computador.
Fui até minha mala e comecei a arrumar tudo no guarda roupa, o quarto não está em mundo mas também não está limpo e isso está começando a me irrita, odeio bagunça.
Olhei pelo quarto e Shoto percebeu meu olhar pelo lugar e se sentou na cama e ficou me olhando e vi ele mexer a boca.
"O que houve?" Ele falou, consegui ler os lábios dele.
— eu vou falar normal, mas se você quiser falar comigo escreva ou fale olhando para mim — parei na frente dele — você não arruma isso aqui não? — falei e apontei para alguns lugares.
"Arrumo, está tudo limpo" ele falou com uma expressão confusa como se não estivesse entendo do que eu tô falando.
— 1° seu guarda roupa está uma bagunça, 2° consigo sentir a sujeira no piso, 3° você não faz comida não? Só tem embalagem de coisas instantâneo — falei de uma vez e ele me olhou e sorriu.
Acredita que ele sorriu na minha cara?
— do que você tá rindo! — falei irritado.
"Você gosta de limpeza né? Isso é bom e eu realmente não sei cozinhar então eu compro coisas mas simples de fazer" ele falou ainda com um sorrisinho no rosto.
O sorriso dele é bonito, como uma pessoa pode ser tão bonito assim?
— sinceramente em — falei colocando a mão na cabeça — já que vamos dividir o quarto, vamos colocar regras, vamos dividir as atividades de limpeza de modo justo, eu faço a comida mas você vai ficar com a louça toda e não bagunça o quarto, se sujar alguma coisa limpe imediatamente, não espere para limpar depois.
" Sim senhor " ele falou e sorriu de novo "parece que vou ter que dividir o quarto com o próprio senhor mandão"
— não me irrite — falei sério e comecei a arrumar e ele se levantou e começou a arrumar também.
Como amanhã é dia de compras não teremos aula e melhor ainda é sexta-feira então ficaremos 3 dias sem aula.
— vou dormir — falei indo para minha cama e me sentando e ele me olhou confuso.
" Essa hora?"
— gosto de dormir cedo — me deitei.
" Boa noite" olhei para ele e logo me virei para a parede.
— boa.
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Como é a primeira vez que eu durmo nesse lugar, não consigo dormir direito, acordei às 2:40 da manhã e fiquei mexendo no celular.
E quando deu 2:50 da manhã o Shoto começou a se mexer de mais debaixo das cobertas e eu me levantei e fui até ele.
O rosto dele estava suado, o corpo tremia e as mãos estavam apertando a coberta com força.
Talvez seja por isso que ele fez aquela cara mais cedo? Ele tem pesadelos.
Fui até a mesa e coloquei meu aparelho e liguei e quando me aproximei dele, consegui ouvir ele chorando baixinho.
Não gosto de ver as pessoas próximas de mim chorando, não sou muito próximo dele mas a gente vai ter que dividir esse quarto até o final do ano e eu não vou aguentar ver ele assim.
Comecei a chamar ele com calma, na 5 vez chamando, ele acordou no susto e se sentou na cama olhando em volta, ele focou os olhos no meu rosto e logo depois na minha orelha, provavelmente sabendo que escutei ele.
Ele colocou as mãos no rosto e abaixou o rosto.
— me desculpa katsuki por te acordar — ele falou um pouco baixo mas como estou perto deu para ouvir.
— você não me acordou, eu já estava acordado — ouvi uma fungada — você está chorando?
Segurei a mão dele mas ele não quis levantar o rosto.
— chega pra lá — falei baixo e ele olhou para mim confuso — anda meio a meio.
Ele se afastou e eu levantei o cobertor dele e me deitei do lado dele e me cobri.
— deita e dorme — ele se deitou mas não parecia querer dormir.
O quarto estava escuro e estava um friozinho gostoso e pelas luzes que refletia na janela provavelmente está chovendo forte lá fora.
Minha mãe me falava que sempre que eu tinha um pesadelo, ela ou meu pai me abraçava forte e ficava falando que ia ficar tudo bem.
Não pensei muito e me aproximei dele e ele deu um sobressalto e ficou quieto.
Abracei ele, coloquei minha mão direita em volta dele por cima e a mão esquerda apenas segurei sua blusa na lateral.
— vai ficar tudo bem — falei baixo e senti a respiração dele um pouco diferente, está chorando de novo.
Ele se virou na minha direção e passou os braços em volta da minha cintura e eu encostei minha testa no peito dele e deixei meu braço direito em volta dele.
Ele ficou chorando baixinho e depois dormiu, não me soltou e eu acabei dormindo também.
De manhã acordei e ele está com o braço direito de baixo do meu pescoço e o braço esquerdo me apertando contra seu corpo.
Tentei sair mais o menino não solta, que força toda é essa?
Decidir ficar quieto ali até ele acordar ou me soltar.
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TodoBaku
Romanceapós um acidente katsuki Bakugo fica com um problema auditivo e a família decide se mudar por problemas na ex escola de katsuki por causa da sua audição, já na nova escola ele acha que pode acontecer a mesma coisa que antes, mas seus colegas vão mos...