Minha visão está embaçada, e minha cabeça parecendo que a qualquer momento vai explodir. Levo a mão à cabeça, exausta de repetir a mesma coisa a cada três minutos. A dor de cabeça intensifica a cada grito desnecessário que esse sujeito solta próximo ao meu rosto. Tenho certeza de que contraí Covid com tantas gotas de saliva que ele solta ao gritar. Não sei mais o que fazer para convencer esses idiotas de que não sou uma criminosa que rouba bancos ou que mata pessoas.
Nos últimos quatro anos, tenho ficado em casa, realizando todas as minhas atividades pela internet, e saio apenas uma vez por semana à noite para ir à conveniência no final da rua, perto do meu prédio, a menos de dois minutos de caminhada.
O único motivo para ir lá é porque eles oferecem comidas asiáticas e parece uma conveniência coreana, apesar do dono parecer um pouco rude, me sinto à vontade porque ele não pergunta nada, apenas fala quanto que deu e isso já é o bastante.
Claro que já passou pela minha cabeça assaltar um banco mas não tenho recursos e nem coragem para isso. E em questão de matar alguém, tenho apenas uma pessoa específica que eu queira fazer isso, mas mesmo odiando essa pessoa, não sei se conseguiria apertar o gatilho. Eu precisaria de muita energia e força para realizar essas coisas.
Antes de me jogar nessa sala, o avatar tirou meus óculos. Dizendo que preciso responder todas as perguntas desse velho babão. A cada minuto que se passa, minha cabeça doi, meus olhos ardem, o meu corpo esta todo doendo e pior, minha boca esta seca. Estou desde as 08h00 da manha sem ingerir uma gota de agua. Nem sei que horas estou aqui.
- Sua vagabunda, esta será a última vez que vou perguntar. Onde será o próximo assalto? o homem de barba meio branca pergunta, gritando.
Limpo o rosto pela ducentésima vez, retirando as gotas de saliva que foram arremessadas. Coloco ambas as mãos sobre o rosto. Além de não saber o que esta acontecendo, sou xingada sem motivo nem um. O desespero que senti quando entrei aqui desaparece.
A única coisa em que consigo pensar são na minha cachorra e no meu gato que estão sozinhos em casa. Eles devem estar se divertindo e com certeza não estão preocupados com a minha situação aqui.
Deixo as mãos caírem sobre a mesa e solto um sorriso ao lembrar dos meus animais de estimação. Não sei quantas horas que estou aqui, mas faz bastante tempo já que minha bunda está dormente de ficar sentada nessa cadeira de ferro.
O soldado com a barba branca, visivelmente irritado, continua a falar.
- Não estou brincando! Onde será o próximo assalto? Ele grita, batendo com força na mesa, fazendo minha cabeça latejar ainda mais. Estou exausta, com uma dor de cabeça latejante, resultado dos gritos estridentes, do estresse e do desconforto por não ter meus óculos.
- Tive tempo suficiente para suportar seus joguinhos. Agora, quero respostas! A raiva nos olhos do soldado é palpável. Ele não está disposto a aceitar minhas respostas negativas.
Minha visão embaçada e a falta dos óculos dificultam ainda mais a situação. Os detalhes do rosto do soldado se mesclam em um borrão indistinto. Suspiro, tentando manter a calma.
- Já disse, não sei de porra nenhum uma!
O soldado agarra minha cadeira e a vira, fazendo um estrondo. Sinto uma pontada de medo, mas meu cansaço e dor de cabeça superam qualquer reação imediata. Percebo que, para manter minha sanidade, devo focar na lembrança reconfortante dos meus animais de estimação em casa.
- Olhe para mim quando falo, putinha! ele grita. Agarrando meu queixo e forçando-me a encará-lo. Sinto meu corpo tenso, mas a dor persistente na minha cabeça me impede de reagir adequadamente.
A vontade de chorar e chamar minha mãe é tão grande, mas não posso fazer isso. Vai que eles vão atrás dela e da minha família para ameaçar eles.
- Onde você escondeu o dinheiro? ele exige, pressionando ainda mais. A sala parece girar, e minha mente nublada não consegue processar completamente a situação. Exausta e com sede, me levanto e bato minhas mãos gritando na mesa na minha frente.
- QUE DINHEIRO, PORRA? QUE DINHEIRO? Pela milésima vez, não sei de assalto nem um, de dinheiro ou de caralho de organização.
O Velho solta suspiro desacreditado com minha resposta e começa a gargalhar.
- Deve ser esse o motivo dessas novas organizações recrutarem tantas mulheres nesses últimos anos. Vocês são persistentes em interrogatório formal. Os seus chefes confiam na nossa ética de não agressão contra mulher. Ele solta outra gargalhada.
- Mas estou pouco me fudendo para a ética!
Me afastei da mesa, prevendo o que o velho planeja fazer. Com minha visão embaçada vejo o velho arear as duas mangas e empurra a mesa para o lado com tanta força que faz a mesa voar para o outro lado da pequena sala.
- Agora você vai me responder adequadamente sua vadiazinha barata.
Oi bbs!! Eu sei que demorei BASTANTE tempo para volta!
Estou tentando voltar a postar mais capitulos para vocês
Bem, espero que tenha gostado desse capitulo. Até o proximo!
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Meu Soldado
RomanceAyla vê sua vida solitária ser abruptamente sacudida por um evento incomum. E com esse evento um soldado mascarado de dois metros um tanto enigmático, surge em sua vida. Conflitos pessoais e o despertar de sentimentos que ela tentava reprimir, Ayla...