Chapter 14| Caos

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Narrador

Uma semana se passou desde os acontecidos, na mesma noite em que a família Beaumont brigou o jornalista misterioso fez uma grande postagem, expondo grandes polêmicas das famílias e empresas. Fazem 7 dias que o caos está instaurado na internet e fora dela; são manifestações em frente as sedes das empresas exigindo respostas e justiça, 7 dias que os citados na matéria evitam sair por medo do que pode acontecer, 7 dias que milhares de ameaças são enviadas de vários lugares do mundo.

Katherine e sua família estão sendo obrigados e conviver debaixo do mesmo teto, todos na grande mansão da família por recomendação de segurança da polícia - ao menos esse escândalo parecia ter sido grande o suficiente para soterrar aquela briga horrível que aconteceu no jantar, havendo apenas resquícios na horrível convivência entre os irmãos mais velhos enquanto seus genitores passam horas trancados no escritório ou na empresa procurando e contribuindo para as investigações de quem é esse homem misterioso autointitulado "The Ghost".

Katherine Beaumont

Cada dia trancada naquela casa parecia uma prisão, o clima estava horrível, não havia boas conversas ou ânimo para piadas, parecia que todos nós estávamos com um dementador colado em nossas costas, sugando toda nossa animação e felicidade. Desde a semana passada estamos proibidos de sair, até mesmo de ir até a faculdade. Minha alimentação está terrível por culpa de minha ansiedade, afinal era na comida que eu estava descontando todas as crises e pensamentos negativos.

Por enquanto apenas Martín é testemunha do quão mal eu estou, nem do meu quarto saio e só estou tomando banho e mantendo minhas higienes por obrigação. Diariamente ouço o barulho alto de Zaya socando o saco de pancadas que instalou já garagem, Erick está tão mergulhado na ansiedade quanto eu, já ouvi suas crises algumas vezes de madrugada quando ele não está forçando até sua última gota de sanidade do vídeo-game. Deaniel parece o mais saudável de nós - sem contar com Serena já que não a vejo e as gêmeas que não entendem o que se passa -, o moreno está aproveitando desse tempo de reclusão para ler, treinar e aprender coisas novas - mas também não sei até onde é saudável já que em três dias ele fez 10 bolos.

Zahara me mandava mensagens preocupadas assim como Martín e conversávamos até minha bateria social acabar - e não demorava muito. Entretanto, desde a noite do jantar e da publicação Jaiden havia desaparecido, foram dezenas de mensagens enviadas e não respondidas, sequer visualizadas. Meu peito se apertava por lembrar disso, eu queria falar com ele, precisava saber como ele estava, ouvir e também desabafar. Mas não havia sequer uma notícia dele, nem mesmo nas redes sociais de sua família ou irmãos - stalkeei todos eles e fui tão a fundo nas pesquisas que poderia achar petróleo.

Mas não havia sinal de vida dele, e confesso, estou preocupada.

Agora são pouco mais de meia noite e estou jogada em minha cama enquanto algum episódio de Supernatural passa na TV na esperança de me distrair um pouco, mas nada parece funcionar; o aperto e as dores no peito estavam tão presentes que eu já acostumava com elas, os pensamentos acelerados e intrusivos pareciam mais altos que a própria televisão e a constante sensação de falta de ar já não me amedrontava mais, quando a hora de dormir se aproximasse eu tomarei um remédio que vai me dopar até o dia seguinte e tudo começaria de novo.

Despertando-me do transe, ouço minha porta sendo aberta e olho na direção, vendo meu irmão de cabelos loiros e um conjunto de calça de moletom e camisa larga pretas - curiosamente a mesma roupa que eu estava. Ele não diz nada, apenas entra e fecha a porta atrás de si, caminha na direção da minha cama e se enfia em meio as minhas cobertas junto comigo. Seus braços rodeiam meu corpo e me puxam para perto em um caloroso abraço que a dias eu estava precisando e ao qual retribuo.

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