Capítulo 7: Maldita ordinária

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POV Capitã Snow/Sansa

Eu não sei o que Dinah tinha na cabeça quando resolveu levar Lauren até aquele maldito torneio.

Uma Princesa, dentro de um espaço minúsculo, rodeado de homens e mulheres que fariam qualquer coisa para por as mãos em um corpo da realeza.

Tudo virou de pernas para o ar quando acionaram o sinal, uma espécie de sirene, o aviso claro de que os guardas da cidade estavam por perto ou a caminho.

Depois disso, só ouvir gritos e os passos apressados da multidão. Perdi as duas de vistas e praguejei mentalmente. Tirei a armadura e botei meu capuz de volta. Enquanto eu corria pelas vielas escuras da cidade, eu sentia a fúria crescer dentro de mim.

Cada passo ecoava com a impaciência que fervilhava em minha alma, uma mistura de raiva e exasperação diante da repetição deste cenário.

Não era a primeira vez que eu tinha que ir correndo atrás dela, Lauren gostava de sair às vezes, para olhar peças teatrais ocorrendo em baixo de vielas, sair para comer algo que o Rei nem pensava em permitir, ajudar o povo. Era nobre, sim, mas também perigoso.

E era eu quem tinha que ir atrás para salvá-la. Descobrir que ela já fazia essas saídas antes de mim, e era um soldado que ia buscá-la, ela comprava seu silêncio com ouro.

Ouvir gritos numa rua ao lado, mudei o curso da direção, indo atrás do som. Parei em uma passarela, e escutei passos em baixo, direcionei meus olhos para baixo, três homens corriam atrás de uma figura feminina.

Só pode ser brincadeira. Pulei da passarela, e fui atrás daqueles malditos. Quantas vezes mais terei que intervir para te salvar, Princesa? Este jogo cansativo de gato e rato já se estendeu além dos limites.

A irritação misturava-se ao som dos passos apressados e aos murmúrios distantes dos perseguidores, transformando a tarefa já desgastante de salvar a Princesa em uma provação ainda mais árdua.

Minha espada balançava na cintura, testemunha silenciosa da sua lealdade.

Sentir o peso dessa responsabilidade em meus ombros, enquanto cada esquina oferecia uma nova ameaça à nobre dama que corria, insistindo em atrair encrenca.

A irritação crescia como uma tempestade dentro de mim, obscurecendo temporariamente a razão com o desejo de dar uma lição definitiva a quem se atrevesse a cruzar o caminho da princesa.

Mesmo envolta em raiva, eu continuava a perseguir eles, determinada a proteger aquela que, apesar de todas as frustrações, ainda era a razão da chave para meus planos. Eu ia protegê-la, custe o que custar.

POV Lauren Lacanter

A noite era escura e sombria quando eu, ofegante e com o coração batendo rápido, corri pelos becos estreitos da cidade, perseguida por sombras sinistras de ladrões em busca de sua riqueza e influência.

Eu não podia deixar que soubessem quem eu era. Meus pés tropeçavam nos paralelepípedos irregulares enquanto procurava desesperadamente por um esconderijo seguro.

De repente, um tumulto à frente chamou minha atenção. Me escondi na sombra de uma parede, espiando cautelosamente.

— Onde você está, querida?. — Não queremos fazer algum, não é Jake?. — É, só querendo conversar um pouco.

Inspirei fundo, me encolhendo ainda mais, lágrimas escorriam do meu rosto sem que eu deixasse.

Eles se aproximavam mais e mais. — Estamos vendo sua silhueta, linda. Estamos indo ai buscá-la, não se preocupe.

A Maré do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora