Capítulo 5: Limão e maracujá

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POV Capitã Snow/Sansa

— Tem que tomar cuidado. — Eu estou tomando, Zayn. — Não, não está. Tem que começar a agir como uma dama.

Faço uma careta, pondo as mãos na cintura do vestido. — Deixe-me lhe lembrar uma coisa, não sou uma dama, pelo menos, não etiquetada como as outras. — Você pediu por uma garrafa de cerveja, no meio da cozinha!.

— Não tinha ninguém lá além de nós. — Dinah me encara, irritada. — Está bem, está bem. Vou tomar cuidado.

— E como está indo com a Princesa?. — Bem, ela não parece de todo mal, na verdade, é até gentil demais, mas prefiro não me envolver tanto. Pegaremos um bocado de joias e ouro, e vazamos daqui o quanto antes.

— Eu acho bom se apressar, ouvir murmúrios que o irmão da verdadeira dama irá aparecer daqui algumas semanas. — Paro diante do seu comentário. — Que o Rei está planejando alguma coisa com Ventúria.

— Isso não me parece novidade. — Planejando alguma coisa contra Volantis.

Meu sangue ferve, sinto o ar a nossa volta ficar mais pesado. Um noviço passou por nós, olhando de relance.

Seu corpo se desequilibrou com a brisa forte que causei, mas continuou andando, deambulando, até atravessar a porta em direção ao salão principal. — Controle-se. — Dinah sussurra baixinho.

Relaxo meu corpo, e os meus dedos. Prendendo a magia dentro de mim.

— Ele já não fez o bastante? A família dele já não fez destruição o suficiente? Que maldição! Não consegue ver ninguém em paz? Quando vai parar?.

Volto a caminhar, eu queria ir até a cozinha, estava com tanta fome, mas precisava me deitar. Minha cabeça doía. — Não devemos nos precipitar. Manter a atenção é de extrema-.

— Manter a atenção extrema no que?. — Sua boca se calou diante da Princesa. Seu corpo se curvou, em uma exagerada reverência.

— Vocês parecem ter visto um fantasma. — Vossa Alteza apenas nos assustou com sua repentina presença.

Seus olhos recaem sobre mim, estavam vermelhos. Parecia ter chorado. Dinah se apressa. — Queiram me dar licença. Tenho que ajudar Margaret a preparar algumas coisas para o baile do aniversário do Rei, daqui alguns dias.

Já tinha me esquecido desse maldito baile, quando fiquei sabendo, quase perdi meus olhos de tanto revirá-los. — Está tudo bem?. — Ela não responde de imediato, mas concorda com a cabeça, sorrindo timidamente.

— Sim, eu só estava indo até a cozinha. — Eu também. Posso acompanhá-la, se assim desejar. — Eu desejo, sim.

Minha dor de cabeça teria que esperar. Suas mãos mexiam nas panelas e vasos da cozinha. A cada abertura de porta, ela se frustrava e fazia uma careta. Não sei o que ela queria, a cozinha estava lotada de coisas para comer.

— Está a procura de alguma coisa em específico?. — Não. Quer dizer, sim.

Ela inspirou fundo, e eu espero o momento dela de organizar os pensamentos.

— Eu gostava de tortas de limão e maracujá da minha mãe. — Seu falar triste foi como um espada tocando em meu coração, o deixando sem saída.

Eu sabia que a Rainha tinha morrido a um tempo, nunca tinha à visto, lembro de ter sorrido como uma víbora com essa notícia, mas agora, vendo o rosto triste a minha frente, me sentir envergonhada.

— Mas as serviçais daqui nunca conseguem atingir o gosto que tenho na lembrança. — Eu sei fazer. — As palavras saltam da minha boca antes que eu pudesse contê-las. Ela ergue uma sobrancelha. — Está duvidando?. — Um pouco, talvez.

A Maré do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora