Sixty two | 62.

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CALÍOPE MARINO

Killian me olhou profundamente, esperando por uma resposta, sua expressão séria e cheia de expectativa. Eu me sentia perdida em meio a uma tempestade de emoções conflitantes, sem saber o que dizer ou como agir.

- Eu... - comecei, mas as palavras pareciam fugir de mim, escapando como areia por entre meus dedos.

Antes que eu pudesse encontrar as palavras certas para expressar meus sentimentos, o som estridente de um celular interrompeu o momento, cortando o silêncio do quarto com sua insistência.

Killian suspirou frustrado, soltando-me para alcançar o celular sobre a mesinha de canto ao lado da cama. Ele olhou para a tela por um momento antes de franzir a testa, sua expressão se tornando séria.

- É uma mensagem do Dexter. Ele disse que passará aqui amanhã para trazer algumas coisas minhas. - Killian explicou, desligando o celular e colocandode volta na mesinha.

- Você deve receber alta amanhã, apenas cortou o braço e inalou uma quantidade grande de fumaça. - se acomodei em seu peito.

Killian assentiu, acariciando delicadamente meu cabelo enquanto eu me acomodava mais ainda em seu peito. Senti um misto de alívio e preocupação ao ouvir que sua condição não era grave, mas ainda assim, a tensão da noite anterior pesava em meus ombros.

- Eu estou bem, Boneca. Não se preocupe comigo. - ele murmurou, sua voz suave e reconfortante.

Eu assenti, tentando afastar os pensamentos sombrios que teimavam em assombrar minha mente. Killian estava ali, seguro e vivo, e isso era tudo o que importava naquele momento.

- Eu sei, Killian. Mas foi assustador te ver lá, no meio daquele fogo... - murmurei, minhas palavras mal audíveis com a emoção.

Killian apertou-me mais contra ele, seus braços grandes envolvendo-me com firmeza enquanto ele buscava me transmitir seu apoio e segurança.

- Eu sei, Calíope. Foi assustador para mim também. Mas agora estamos aqui, juntos, e é isso que importa. - ele disse, sua voz suave e reconfortante.

Eu me permiti relaxar em seus braços, deixando-me levar pela sensação de conforto e proteção que ele me oferecia.

Ficamos assim por algum tempo, perdidos em nossos próprios pensamentos, enquanto o silêncio reconfortante do quarto envolvia-nos como um manto protetor. Não precisávamos de palavras para expressar o que sentíamos um pelo outro.

Eu olhei para cima, encontrando seus olhos escuros cheios de ternura e compreensão. Havia uma intimidade compartilhada entre nós, uma conexão que transcendia as palavras e se manifestava na forma como nos entendíamos mutuamente.

Ele sorriu, seus lábios curvando-se suavemente, e logo em seguida disse:

- Eu sempre estarei aqui com você, Calíope. Sempre. - ele murmurou, sua voz carregada de promessas e compromissos.

Me apeguei nessas palavras, mas com medo de que tudo fosse apenas um sonho e eu acordasse à qualquer momento, e tudo não passasse de uma mentira.

[...]

A

cordei com a luz da manhã entrando pelas frestas da cortina, sentindo o corpo dolorido e a mente confusa. Pisquei várias vezes, tentando entender onde estava, e logo percebi que tinha adormecido no quarto de hospital de Killian, ainda nos braços dele.

VÍCIO PERFEITOOnde histórias criam vida. Descubra agora