D I A B L A

Touchdown, bitches

03:47AM, Ruta 66 (Nuevo México, Estados Unidos)

O caminhão com 15 mil litros de gasolina seguia pela estrada da Rota 66 com destino ao Texas. A madrugada estava fria, os faróis do veículo eram a única iluminação além das placas naquela rodovia deserta.
O motorista, um senhor de cinquenta e poucos com a barba malfeita e um chapéu do Boston Celtics, lutava contra o sono fechando os olhos e deixando o controle do caminhão de vez em quando, motivo pelo qual não percebeu quando os dois Dodge Charger SRT8 na cor preta, se camuflavam entre a noite reduzindo a potência dos faróis.
Um deles, guiado por uma morena com cabelo trançado e longo e com a franja recolhida com uma pequena goma de cabelo, se colocou logo atrás do grande veículo, encaixando o para choque dianteiro no fundo do tanque que era transportado pelo caminhão. Utilizando um walkie-talkie, a morena explodiu a bola de chiclete que fazia antes de falar:

- Em posição. Agora é com vocês. - o carro que estava atrás então reduziu a velocidade para logo adiantar pela direita, posicionando-se ao lado esquerdo do veículo, na altura da escada de metal que estava presa ao tanque.

Nele, uma morena com cabelo liso e ondulado, traços finos e pele levemente bronzeada, assentia para loira que estava no banco do carona, também se preparando. Era um pouco mais alta e mais robusta, mas não muito. O cabelo ondulado estava preso em um rabo de cavalo alto. Trajava roupas de couro na cor preta além de um sorriso extremamente branco que aparecia cada vez que mascava o chiclete. Pegando a chave de roda que estava aos seus pés, a loira então encaixou a ferramenta em um suporte que levava nas costas e soltou o cinto de segurança.

- Pronta? - a morena perguntou, recebendo um sorriso torto como
resposta.

- Eu nasci pronta, mamacita. - revirando os olhos e em uma rapidez digna de um profissional, a morena conseguiu manobrar o carro, colocando-o em contra mão, de forma que a loira estivesse ao lado da escada. Mantendo a velocidade na marcha ré para acompanhar o caminhão, a morena assentiu dando o último sinal. A loira então abriu a janela e rapidamente colocou a metade do corpo para fora, olhando por cima do ombro para dentro do carro. - Um pouco mais perto. - disse, e assim a morena o fez, desviando minimamente o carro para direita, mantendo a mesma velocidade.

Quando a loira então conseguiu alcançar a escada com as mãos, não teve muita dificuldade em subir até o topo do tanque, onde engatinhou até a cabine do motorista e desceu novamente por outra escada que estava entre o veículo e o tanque, colocando-se entre os dois e segurando o corpo com as pernas, cada uma em um extremo. Abaixou-se até a junção dos dois veículos, retirando a chave de roda das costas já pronta para separá-los, porém em um dos cochilos do motorista, o caminhão acabou desviando bruscamente e logo, retomando o controle. A mulher teve que se segurar na escada e as pernas acabaram escorregando, de forma que quase fora jogada pra pista.

- Carajos! -- a loira gritou. Pelo ponto de rádio que tinha na orelha, as motoristas que estavam nas mesmas posições ficaram alerta ao ver o movimento. - Esse filho da puta está dormindo ao volante! - reclamou segurando-se com força para então apoiar-se novamente.

- Está tudo bem aí? - a morena que compartilha carro com a loira gritou.

- Sim. Inclusive estou pensando em trazer uma cerveja na próxima, isso está começando a ficar monótono. - brincou fazendo ambas motoristas revirarem os olhos.

- Vamos acabar logo com isso, Dinah. - foi à vez da morena de cabelo trançado dizer.

- A suas ordens, rainha Normani. - a loira disse ao, finalmente, conseguir soltar o tanque da cabine. - Dale!. - Imediatamente Normani pressionou um botão no painel, e dois cabos de reboque encaixaram no tanque.

O motorista que continuava cochilando de vez em quando acordou de repente quando avistou a entrada de um grande túnel. Dinah, que estava subindo pela escada do tanque, foi vista pelo retrovisor do homem que logo entendeu o que estava acontecendo.