o meu fantasma

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A beleza de seus olhos me alucinava. Havia uma tristeza. Um eco que ia longe... longe... longe... mas, ainda assim, me encantava. Ele era tão bonito. Sem trocarmos se quer uma palavra, por um momento, talvez fosse loucura, mas por um momento me vi dentre aquele par de olhos tão fervorosos.

Foi assim que meu dia começou.

Depois que apaguei na noite anterior, não me recordo nem de meus sonhos, pois quando acordei estava sentado no mesmo lugar na qual caí, com o sol que atravessava a pequena janela e o garoto olhando-me tão perto que pude sentir sua respiração. Ele parecia curioso. Como uma criança quando vê algo diferente, colorido, novo... Sabe?

Escuto um som, como aqueles sinos de hotel. Ele vinha da sala.

- Fique aqui.

Foi a única coisa que ele me falou antes de partir do porão, descendo pelas escadas e indo em direção aquele som. Provavelmente eram o senhor Xu e a senhora Xu.

Sim, sim, foi tudo muito estranho, e mesmo na minha curiosidade em saber mais sobre aquele garoto, eu estava apavorado! Procurei meu celular por todo canto até encontra-lo jogado embaixo da cama. Desbloqueei e então vi mais de 40 mensagens do Soonyoung extremamente preocupado e 20 ligações perdidas do Chan.

Oh, céus... o que eu faço?

Agora, me vejo como um prisioneiro em cativeiro. Meu nome, Sur Moon. Um guerreiro foragido que cresceu entre as cidades europeias e fugiu quando mais uma guerra se aproximava. Agora, Sur Moon, foi sequestrado e silenciado por uma espécie de criatura. Não consegui ver muito bem, mas acho que os fios de cabelo daquele garoto eram avermelhados. Não um vermelho saturado, mas sim algo mais sutil. Como vinho. Ele era a criatura que me aprisionava. Um dragão.

Só preciso saber se ele solta fogo.

"Estamos no seu quarto! Por favor, dê sinal quando ver essa mensagem".

"Juni... responda, por favor...".

Assim que comecei a digitar, escutei passos ligeiros se aproximarem e então ele adentrou mais uma vez o quarto. Parecia furioso! Escondi o celular no bolso logo depois de enviar a mensagem ao Kwon: fui pego pelo dragão.

- Não diga nada – disse simples e foi atrás de algo.

Uma corda. Ele me atou em uma cadeira que estava encostada na parede e assim que estive bem seguro sem perigo de tentar atacá-lo, ele pegou uma escova de cabelo e apontou na minha cara.

- O que faz aqui?

Fiquei mais assustado do que já estava.

- Quem é você? – foi a única coisa que eu consegui falar.

- Como entrou? A porta não está arrombada, então me responda, como entrou?!

- Eu destranquei a fechadura com ajuda de um grampo.

- E seus amigos?

- Fugiram.

- Para onde?

- Minha casa. Fugiram pelo quintal.

Não consegui mais olhar nos seus olhos como olhei mais cedo.

- O que veio fazer aqui?

- Uma investigação.

- Você não é da polícia – franziu as sobrancelhas confuso e se afastou, mas logo voltou a se aproximar após tirar conclusões – é um espião.

- Eu poderia ser.

Às vezes, me perco facilmente nas possibilidades de minha imaginação.

- Mas, seus pais trabalham no hospital. Como você poderia ser um espião?

carpe diem - junhaoOnde histórias criam vida. Descubra agora